A Proteção Civil italiana divulgou esta quinta o último balanço de casos de contágio, que subiu para 650, incluindo 17 mortes.
Na véspera, o balanço era de 400 casos e 12 mortos, todas as pessoas idosas já com graves doenças.
A contagem da Proteção Civil gerou críticas e difere da metodologia usada pela Organização Mundial da Saúde, que leva em conta apenas os casos clínicos, com sintomas como tosse, febre e problemas respiratórios.
Os mais críticos consideram que as divulgações oficiais registam um elevado número de contágios com o coronavírus por causa do grande número de testes realizados, inclusive em pessoas sem sintomas.
Para Walter Ricciardi, membro italiano da direção da Organização Mundial da Saúde (OMS) e assessor do governo desde a última segunda para enfrentar o surto, a Itália fez "muitos testes": mais de 11.085 desde a última sexta, em comparação aos mil feitos em França, por exemplo.
Ricciardi considera "um erro" os testes feitos nas "pessoas sem sintomas", citando em especial a região de Vêneto, uma das áreas mais afetadas, que segundo ele deveria ter feito os exames apenas nas pessoas que estiveram em contacto com os doentes.
O diretor da Proteção Civil, Angelo Borrelli, defendeu por sua vez a proposta em vigor.
"Os testes servem para garantir a máxima precaução. Em algumas áreas foram feitos de forma sistemática para determinar o foco do surto", explicou.
Borelli ressaltou que até agora há dois surtos - em Lombardia e em Vêneto - bem claros e que por ele agora pode-se mudar a metodologia e realizar testes apenas nas pessoas com suspeitas reais de estarem infectadas.
A Lombardia é a região mais afetada pelo contágio com Covid-19, com 14 pessoas mortas. Os outros dois mortos ocorreram em Vêneto e um em Emilia-Romana. Todos eram idosos e tinham doenças graves.
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