O pediatra Américo Gonçalves recebeu hoje o prémio do internato médico do centro hospitalar de São João, Porto, no valor de cinco mil euros, com um trabalho de investigação clínica na área da icterícia neonatal.

O investigador desenvolveu “um método fácil e económico” de deteção e avaliação do risco da icterícia neonatal, “um problema frequente e benigno na grande maioria dos casos, mas que afeta cerca de 60 por cento dos bebés de termo e 80 por cento dos de pré-termo. Os casos mais graves podem originar problemas neurológicos ou, até, a morte”, caso não sejam devidamente tratados.

Em declarações à Lusa, o pediatra explicou que o trabalho aborda e permite “uma nova estratégia de avaliação de risco que combina o valor da bilirrubina total com a idade gestacional do bebé”.

O método permite caraterizar o recém-nascido numa determinada categoria de risco (muito baixo, baixo e alto) e, assim, evitar que o bebé desenvolva “hiperbilirrubinemia significativa” e as sequelas daí resultantes.

O artigo original “Prospective validation of a novel strategy for assessing risk of significant hyperbilirubinemia” foi já publicado na revista Pediatrics, considerada a mais conceituada na área da pediatria.

“A grande vantagem é que é um método fácil, económico e acessível a qualquer hospital. Espera-se que esta estratégia permita a deteção mais atempada e ajude a decidir, na altura da alta, quais desses bebés necessitam de uma avaliação a curto prazo ou aqueles que poderão ser seguidos pelo seu médico de família no seu centro de saúde”, sustentou Américo Gonçalves.

O prémio do internato médico, que tem o patrocínio da fundação Bial, é anualmente atribuído ao médico interno do centro hospitalar de São João que publique como primeiro autor um artigo original na revista de maior impacto e melhor ranking da especialidade.

Nesta primeira edição foi ainda atribuída uma menção honrosa ao médico Luís Coentrão pelo artigo original “Percutaneous treatment of thrombosed arteriovenous fistulas: clinical and economic implications”, publicado no Journal American Society Nephrology.

2 de janeiro de 2012

@Lusa