O projeto de lei, que visa proteger grupos particularmente vulneráveis, foi aprovado por ampla maioria no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão), onde os sociais-democratas (SPD), os Verdes e os liberais (FDP), as forças políticas que integram a nova coligação governamental, têm a maioria parlamentar.
O diploma foi aprovado com 571 votos a favor e 80 contra.
Agora, todos aqueles que trabalham em hospitais e lares devem estar vacinados ou estarem curados da doença covid-19.
Esta medida também é aplicável aos funcionários de estabelecimentos de acolhimento de pessoas com deficiência, de ambulatórios, consultórios médicos, serviços de socorro ou centros socioeducativos.
O projeto de lei afirma que os profissionais de saúde têm uma "responsabilidade especial" porque estão "em contacto próximo e intensivo com grupos de pessoas com alto risco de infeção e de doenças graves ou fatais".
Os funcionários visados pela nova medida terão até 15 de março de 2022 para comprovarem a vacinação completa, caso contrário, não poderão trabalhar.
Vários estabelecimentos da área da saúde, em particular os lares de idosos nos Estados federados da Saxónia-Anhalt e de Brandemburgo, tornaram-se, nas últimas semanas, focos importantes de contágio, com um alto número de mortes entre os utentes.
A cadeia de contágio pelo novo coronavírus é desencadeada, às vezes, por um funcionário não vacinado, o que relançou o debate sobre a vacinação obrigatória para todos.
Os profissionais de saúde estão, em média, mais vacinados (quase 90%) em relação à população em geral (69,3%), de acordo com o Instituto Robert Koch (RKI).
Com esta decisão, a Alemanha junta-se a outros países europeus como França, Itália, Grécia ou Reino Unido, que já introduziram na lei a vacinação obrigatória para os profissionais de saúde.
Atingida por uma nova vaga de casos de covid-19, as autoridades da Alemanha já manifestaram vontade de ir mais longe e impor novas medidas.
O novo chanceler alemão, Olaf Scholz, pretende pedir ao parlamento que vote até ao final do ano a obrigatoriedade de vacinação que, caso aprovada, poderá entrar em vigor em fevereiro ou março.
Numa sondagem hoje publicada, 68% dos alemães são favoráveis à vacinação obrigatória para todos os adultos, um número que está a aumentar.
No entanto, as autoridades alemãs temem que a medida desperte a cólera dos opositores às restrições sanitárias, mobilizados aos milhares desde o início da pandemia de covid-19 no país.
O novo ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, alertou hoje que multas para quem se recusar a ser vacinado serão "inevitáveis".
A covid-19 provocou pelo menos 5.286.793 mortes em todo o mundo, entre mais de 267,88 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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