Ordem dos Médicos acusa hospital de Guimarães de não resolver falha informática

A Ordem dos Médicos acusou o Hospital de Guimarães de "manifesta incapacidade" para responder a uma "falência informática" registada esta manhã, em resposta o conselho de administração afirmou "entender" aquela acusação "dentro do contexto das eleições" para aquele organismo.

AFP

Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) denuncia que problemas informáticos estão a "condicionar de forma extraordinariamente grava" a atividade daquele hospital, nomeadamente no Serviço de Urgência e nas consultas externas, além de ter tido "implicações gravíssimas" no bloco operatório, originando "desmarcações de inúmeras cirurgias".

Em declarações à Lusa, confrontado com as acusações do CRNOM, o presidente do conselho de administração do Hospital de Guimarães, Delfim Rodrigues, confirmou a "falência informática" mas recusou os constrangimentos apontados por aquele organismo, atribuindo a desmarcação de cirurgias à greve nacional dos técnicos de diagnóstico e terapêutica.

"De acordo com as informações disponíveis, o Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães E.P.E. não avançou com qualquer plano de contingência que pudesse minimizar o impacto deste episódio. Estamos perante uma manifesta incapacidade da instituição reagir aos acontecimentos e a uma falha grave do ponto de vista organizacional, com consequências diretas na qualidade da assistência prestada aos doentes", lê-se no referido comunicado.

Delfim Rodrigues afirmou, em resposta, que o conselho de administração "entende o comunicado da CRNOM num contexto de eleições para a Ordem dos Médicos com quatro candidatos a bastonário".

Segundo explicou, "o que se sucedeu foi que houve um imprevisto durante a atualização e ‘upgrade' do sistema, operações que estavam devidamente agendadas e o sistema falhou", mas, garantiu, "a empresa que gere o sistema agiu de imediato mas a demora na normalização deveu-se ao facto de se ter que mandar vir de Lisboa uma peça para solucionar a questão".

O responsável confirma "constrangimentos" no serviço do Hospital de Guimarães mas não relacionados como referido problema técnico.

"O impacto que houve [adiamento de cirurgias] foi causado pela greve nacional de técnicos de diagnóstico e terapêutica mas os atos de urgência, o atendimento urgente, nada foi adiado", garantiu.