A decisão de dispensar Kasai ocorre após uma reunião de dois dias da organização com sede em Genebra e confirma uma recomendação da antena regional para o Pacífico Ocidental.

Em outubro de 2021, dezenas de trabalhadores da OMS assinaram uma denúncia interna afirmando que Kasai "exercia a liderança de maneira autoritária e racista".

O médico iniciou as suas funções em 2019 à frente de uma região que reúne 1.900 pessoas em 37 países e tem sede em Manila, nas Filipinas.

Os funcionários também acusaram Kazai de partilhar com frequência informações privilegiadas com o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, de se recusar a criticar a China e de desperdiçar o dinheiro dos doadores.

Essas graves acusações foram reveladas no final de 2022 pela agência de notícias The Associated Press.

Investigação jornalística

O afastamento ocorre meses depois de terem sido noticiados os resultados de uma investigação jornalística da AP que indicava que dezenas de funcionários do organismo na Ásia tinham sido alvo de alegados comportamentos racistas e de comportamentos considerados "pouco éticos" por parte de Kasai.

Segundo as acusações, os alegados comportamentos de Takeshi Kasai afetaram os esforços da OMS no continente asiático durante os piores momentos da pandemia de covid-19.

Em janeiro do ano passado, a AP noticiou que mais de 30 membros da OMS, não identificados, na região do Pacífico Ocidental tinham enviado queixas queixas aos principais responsáveis pelo organismo alegando que Kasai era responsável pelo "ambiente tóxico" nos gabinetes regionais.

Na altura, documentos e gravações mostravam os comportamentos racistas de Kasai contra os funcionários, afirmando que o aumento do número de infeções de covid-19 em alguns países do Pacífico ficava a dever-se "à cultura inferior, raça e aos baixos níveis sócio-económicos".

Kasai, médico de formação, é natural do Japão e trabalhava na OMS há mais de 15 anos.