O surto de coronavírus representa uma "ameaça muito grave para o resto do mundo", disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira em mais apelo pela partilha de amostras do vírus e pela intensificação das investigações à volta de novos medicamentos e vacinas.
No Twitter, a OMS tem deixado várias recomendações para travar a proliferação do vírus, sendo a lavagem das mãos uma das medidas mais eficazes.
Durante dois dias, cerca de 400 cientistas vão avaliar vários meios para combater a epidemia, concentrando-se, principalmente, na sua transmissão e possíveis tratamentos. "O que importa agora é deter a epidemia e salvar vidas. Podemos alcançar isso juntos, com o seu apoio", afirmou o responsável aos participantes.
O chefe da OMS pediu a todos os países que mostrem a sua "solidariedade", partilhando as informações de que dispõem. "Isso é particularmente importante em termos de amostras e da sequência do vírus. Para derrotar essa epidemia, precisamos partilhar as informações que temos", insistiu.
Mais de mil mortos
De acordo com as autoridades de saúde de Pequim, citadas pela agência Associated Press, o número total de mortos nas últimas 24 horas subiu para 1016. O número total de casos confirmados é de 42.638, dos quais 2.478 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês.
Além das 1.016 mortes confirmadas em território continental chinês, há também uma vítima mortal na região chinesa de Hong Kong e outra nas Filipinas.
O novo coronavírus foi detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 350 casos de contágio confirmados em 25 países. Na Europa, o número chegou na segunda-feira a 43, com quatro novas infeções detetadas no Reino Unido.
A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.
Vários países já começaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, epicentro da epidemia, que foi colocada sob quarentena, à semelhança de outras cidades da província de Hubei, afetando mais de 56 milhões de pessoas.
As saídas e entradas estão interditadas pelas autoridades durante um período indefinido, e diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China.
A Comissão Europeia ativou no dia 28 o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a pedido da França.
A comunidade científica está a tentar encontrar uma vacina contra a pneumonia, já que as atuais não protegem contra o novo coronavírus.
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