Segundo dados da OCDE, Portugal precisa de um crescimento de 26% do número de enfermeiros por mil habitantes até 2040. Em sentido inverso, o número de médicos deveria diminuir cerca de 4%.

Estas previsões constam do livro "Saúde 2040 — Planeamento de médicos e enfermeiros em Portugal" (Almedina) que o ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Jorge Simões, o vice-reitor da Universidade de Aveiro, Eduardo Anselmo Castro, e a investigadora Diana Lopes apresentaram nesta terça-feira em Lisboa. A notícia é avançada pelo jornal Público.

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Portugal está muito longe da média dos países da OCDE, que era de 2,8 enfermeiros por médico, segundo o último relatório Health at a Glance de 2017. A atual proporção entre enfermeiros e médicos em Portugal é reduzida, "o que se repercute não só na despesa do Estado, como na forma como as tarefas são distribuídas nas unidades de saúde", comentam os especialistas ao referido jornal.

Financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian, esta investigação avaliou vários cenários, mas os resultados apontam para a necessidade de uma diminuição de 4% do número de médicos por mil habitantes — passando de 4,43 (2014) para 4,24 em 2040 — e para um aumento de 26% do número de enfermeiros por mil habitantes — de 6,13 para 7,72, dentro de um quarto de século.

Para isso, o estudo prevê uma diminuição das vagas em Medicina até 2031, com apenas 638 entradas previstas nesse ano, contra as cerca de duas mil atualmente, e um novo aumento até 2034 (744 entradas nesse ano), acrescenta o jornal.