Apesar de não serem uma doença, as quedas são um fator de risco que tem, à sua causa, associado um problema de saúde com grande prevalência em Portugal: a perda auditiva.

De acordo com uma investigação da John Hopkins University School of Medicine, a perda de audição leve aumenta em três vezes a probabilidade de quedas e, estes dois aspetos possuem uma relação direta: quanto maior o grau de perda auditiva, maior a probabilidade de queda.

O estudo, que teve a participação de mais de 2 mil pessoas entre os 40 e os 69 anos, refere ainda que, por cada aumento de 10 dB na perda auditiva, se regista um aumento de 1,4 de probabilidade de queda.

“A perda de audição e a ocorrência de quedas pode estar relacionada com a utilização de recursos cognitivos essenciais ao equilíbrio para colmatar o défice de audição. As pessoas com perda auditiva não conseguem compreender perfeitamente o ambiente que as rodeia, o que leva a tropeções e quedas" , refere Pedro Paiva, audiologista da MiniSom.

"E, muitas vezes nem se apercebem que é este problema de saúde que leva aos acidentes que, nalguns casos, a consequência irreversíveis. Com este estudo, ficou comprovada a importância da procura de um tratamento adequado para a perda auditiva, mesmo que esta seja considerada leve. Os recursos atuais para tratamentos e a utilização de aparelhos auditivos podem revelar-se bastante importantes na manutenção da qualidade de vida das pessoas”, acrescenta o especialista.

Segundo dados do EUNESE (European Network For Safety Among Elderly), anualmente, na União Europeia, ocorrem cerca de 40 mil mortes de idosos devido a quedas.