Através de uma amostra de sangue, a equipa médica conseguiu rastrear no sangue sinais de cancro quando o tumor era apenas constituído por minúsculas células, praticamente invisíveis nos exames de raio-X e nas tomografias axiais computorizadas.

Segundo a BBC, a descoberta permite aos médicos tratar o tumor mais cedo, o que aumenta as hipóteses de cura e sobrevivência.

A investigação em causa focou-se no cancro do pulmão, mas os processos estudados podem ser aplicados a outros tipos de cancro, garantem os cientistas.

A equipa em causa é do Instituto Francis Crick, em Londres. Os cientistas analisaram o ADN defeituoso dos tumores para obter um "mapa genético" do cancro de cada paciente. A cada três meses, foram realizados exames para verificar vestígios do ADN do cancro no sangue dos pacientes.

Os resultados, divulgados na publicação científica Nature, mostraram que a recorrência do cancro pode ser identificada cerca de um ano antes quando comparada com os exames convencionais.

Controlar a terapêutica

Em declarações à BBC, o cientista Cristopher Abbosh, do Instituto do Cancro UCL, comenta que a descoberta é significativa. Segundo ele, "poderemos identificar pacientes para fazerem o tratamento mesmo quando eles ainda não têm qualquer sinal clínico da doença" e "também controlar como a terapêutica está a evoluir".

"Isso representa uma nova esperança para combater a recidiva do cancro de pulmão depois da cirurgia, algo que acontece em cerca de metade dos pacientes", afirmou.

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