2 de janeiro de 2013 - 10h21
Os novos direitos dos
americanos em termos de saúde entraram em vigor na quarta-feira em
virtude da reforma da cobertura de saúde batizada de "Obamacare", pedra
angular da presidência de Barack Obama e cujo êxito está longe de ser
assegurado.
A lei, votada em 2010, proíbe as seguradoras de
variar os valores dos planos com base no histórial clínico ou no sexo,
de recusar a assegurar um paciente caro, ou limitar a quantidade de
reembolsos anuais.
Em troca, a lei exige que qualquer pessoa
localizada nos Estados Unidos, americana ou estrangeira, deve aderir a
um plano de saúde, sob a pena de uma multa que variará entre os 95 e os
695 dólares.
O raciocínio económico é simples: se todos tiverem
um seguro de saúde, os prémios pagos pelos saudáveis compensarão os
custos adicionais associados aos cidadãos mais caros.
Outra
novidade: a reforma define os tratamentos que as seguradoras devem
cobrir sistematicamente. Todos seguros devem incluir, por exemplo,
internamentos, incluindo emergências. E os cuidados preventivos, como
exames de diabetes ou cancro, vacinas ou métodos contraceptivos devem
ser integralmente reembolsados.
"A nova lei vai transformar
completamente o nosso sistema de saúde", declarou na terça-feira a
secretária de Saúde, Kathleen Sebelius. "Agora, ser uma mulher não será
considerado nunca mais um antecedente médico", ironizou. Antes, os
preços dos seguros para as mulheres chegavam a ser mais caros do que
para os homens.
Para os cerca de 150 milhões assegurados através
de seus empregadores, o padrão nos Estados Unidos, onde apenas os mais
pobres e com mais de 65 anos são segurados pelo governo, serão poucas ou
nenhumas as mudanças.
Mas cerca de 25 milhões de pessoas são
seguradas individualmente por seguradoras privadas, sem o benefício de
tarifas para grupos, de acordo com o Escritório de Orçamento do
Congresso (CBO).
É para esses americanos, e os não-segurados, que
o Governo lançou em outubro portais na internet onde podem encontrar
seguros privados à medida.
7 milhões
Quanto à
meta dos sete milhões de pessoas que o governo se propôs a assegurar até
ao final de março, 2,1 milhões já adotaram um seguro através destes
portais, um número abaixo do esperado, mas que indica uma aceleração nas
inscrições em dezembro, depois dos meses catastróficos de outubro e
novembro devido a centenas de problemas técnicos.
No total, cinquenta milhões de pessoas vivem atualmente sem seguro de saúde nos Estados Unidos.
SAPO Saúde com AFP
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