
15 de abril de 2014 - 08h22
A Dariacordar, que em dois anos recuperou mais de 900 mil refeições que tinham como destino o lixo, quer transformar Lisboa na “primeira capital do mundo zero desperdício”, revelou à Lusa o presidente da associação.
Para isso, a Associação Dariacordar, que criou o Movimento Zero Desperdício, vai assinar na quarta-feira um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação Calouste Gulbenkian para alargar o movimento a todas as freguesias da cidade.
O presidente da associação, António Costa Pereira, adiantou à Lusa que o movimento já recuperou “mais de 900 mil refeições” em apenas quatro municípios Sintra, Cascais, Loures e Lisboa.
O objetivo é estender o movimento “a mais autarquias”, disse António Costa Pereira.
“Em Lisboa, começámos com uma freguesia e, neste momento, já vamos em sete e a ideia é alargar este conceito a todas as freguesias da cidade”, explicou, adiantado que o primeiro passo será dado na quarta-feira com a assinatura do protocolo com a autarquia.
Segundo António Costa Pereira, vai ser a própria câmara a contactar todas as entidades públicas e privadas a juntarem-se ao movimento.
“A nossa intenção é tornar Lisboa a primeira capital do mundo zero desperdício”, através de “ações muito concretas”, disse o mentor do movimento, dando como exemplo “uma campanha” dirigida às crianças.
“Para mudar o mundo, tem de começar-se pelos mais novos. Se eles perceberem o que é o desperdício, daqui a uns anos isto não volta a acontecer e vão envergonhar os mais velhos se não se portarem bem”, comentou.
Dois anos após a criação do movimento, o mentor do projeto fez um balanço “francamente positivo” da iniciativa, lançada a 16 de abril de 2012.
"O movimento está a crescer e, neste momento, apoia cerca de 2.100 famílias”, que abrangem cerca de 7.300 pessoas”, adiantou.
O
Zero Desperdício é “uma atitude contra o desperdício”, que tem várias
vantagens: Sociais, ajuda quem precisa, económicas, ambientais e
cívicas.
O movimento tem lutado contra o desperdício, através do
aproveitamento de milhares de refeições em “perfeitas condições que eram
deitadas ao lixo” por restaurantes, empresas e instituições devido a
uma má interpretação da lei.
“Tornámos legal a recolha de
refeições em condições” e “facto de ser legal deu mais conforto a quem
quer doar refeições”, comentou.
O movimento conta já com cerca de
100 “parceiros doadores”, entre os quais a Assembleia da República, o
Banco de Portugal, a Caixa Geral de Depósitos, supermercados, hotéis,
hospitais, escolas, refeitórios de empresas e eventos.
Estas
entidades doam as refeições, que nunca foram servidas, nem estiveram em
contacto com o público, a cerca de 60 instituições dos quatro
municípios, que depois as distribuem pelas famílias que sinalizaram.
Todas
as instituições que trabalham com o movimento recebem formação na área
da higiene e segurança alimentar, porque “há regras simples, mas
necessárias para que as refeições cheguem em condições”, disse.
“Isto são verdadeiras parcerias”, comentou António Costa Pereira que deu um “novo nome” PPP: “Parcerias Pelas Pessoas”.
Lusa
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