As autoridades chinesas anunciaram que 1.113 pessoas morreram na China continental (que exclui Hong Kong e Macau) devido à epidemia de COVID-19. O número de infetados chegou a 44.653.

A maioria das mortes e casos foi registada na província de Hubei, que tem Wuhan como capital, o epicentro da epidemia. Quase 56 milhões de pessoas foram colocadas em isolamento nesta região.

À medida que Pequim luta para conter a epidemia, o número de pessoas infetadas num cruzeiro na costa do Japão subiu para 174.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que a epidemia era uma "ameaça muito grave", ao mesmo tempo que destacou uma "oportunidade" para controlar a crise.

Trancados em casa por medo de contágio, milhões de chineses recorrem à internet para prosseguir a sua vida cotidiana, seja para o trabalho em casa, estudo à distância ou visitas virtuais a museus e exposições.

Além de isolar Hubei, as autoridades restringiram os movimentos em outras cidades afastadas do epicentro, um esforço sem precedentes para conter o vírus. A epidemia ameaça prejudicar consideravelmente a segunda maior economia do planeta.

Uma oportunidade: menos casos

Um facto positivo é que o número de novos casos registou uma queda em Hubei durante dois dias consecutivos, assim como fora desta província na última semana, informou a Comissão Nacional de Saúde da China.

"Em geral, o número de novos casos está a diminuir lentamente", declarou Zhong Nanshan, renomado cientista que integra a comissão, através de uma videoconferência com médicos de Wuhan.

"Quando acontecerá o ponto de inflexão? Não consigo afirmar. Mas acredito que estará no auge entre meados de fevereiro e fim de fevereiro", completou.

Outros especialistas, no entanto, são mais prudentes. "Temos que ver os dados muito de perto nas próximas semanas antes de fazer qualquer previsão", disse o ministro da Saúde da Austrália, Brendan Murphy.

Em Genebra, a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou uma reunião excepcional de dois dias com a presença de quase 400 cientistas de todo o mundo para discutir a epidemia do novo coronavírus. "Se investirmos agora, temos uma oportunidade realista de deter esta epidemia", declarou o secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A OMS enviou uma missão de especialistas à China, liderada por Bruce Aylward, que coordenou a luta contra o ébola.

Contágios aumentam em cruzeiro

Fora da China continental, o vírus matou duas pessoas, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong. Mais de 400 casos de contaminação foram confirmados em 30 países e territórios.

Vários países proibiram a entrada de pessoas procedentes da China. As principais companhias aéreas suspenderam os voos com destino e a partir do país. O maior grupo de casos fora da China está no cruzeiro 'Diamond Princess', colocado em quarentena na costa do Japão. Exames de laboratório confirmaram 39 novos contágios entre as pessoas a bordo, o que eleva para 174 o total de infetados.

A OMS está particularmente preocupada com o caso de um britânico que nunca esteve na China e que foi contaminado em Singapura. Depois transmitiu a doença a pelo menos 11 compatriotas durante uma viagem a França, antes de ser diagnosticado no Reino Unido.

Cinco destas pessoas estão hospitalizadas em França, outras cinco no Reino Unido e um homem de 46 anos internado na ilha espanhola de Maiorca, onde reside.

Golpe económico

Com o peso económico e a posição da China nas redes de abastecimento do planeta, o vírus está a afetar empresas de todos os continentes e em vários setores. "É evidente que a epidemia terá um profundo impacto na indústria aeronáutica e na economia no seu conjunto", afirmou Ihssane Mounir, diretor comercial da Boeing.