“É bom que o dr. António Costa e o dr. Manuel Pizarro, de uma vez por todas, falem verdade ao país. Deixem de ocultar aquilo que fazem no dia-a-dia, porque diz-se uma coisa e faz-se outra”, disse o presidente dos social-democratas no Funchal, no âmbito da jornada “Sentir Portugal”, que decorre na Madeira.
Luís Montenegro considerou que, nos últimos anos, o Governo “fez de tudo para estatizar mais o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No seu entender, esta política teve como consequência o crescimento do negócio da saúde privada em Portugal, o que resultou na estagnação e diminuição da capacidade de oferecer cuidados de saúde no SNS.
O líder do PSD complementou que nos cetros de saúde e hospitais públicos há “o recurso permanente e constante à prestação de serviço aos avençados para poder haver capacidade de resposta”.
“Ou seja, o Governo socialista quer tudo no Estado e depois, pela porta do cavalo, sem que ninguém se aperceba, vai contratar os serviços ao privado a um preço mais caro do que aquele que era capaz pagar se fosse bem gerido e organizado”, argumentou.
Montenegro insistiu que “o SNS está hoje cada vez mais perto de colapsar, não por razões financeiras, mas por razões de atração e retenção de recursos humanos”.
“E é preciso dar condições para que os profissionais sintam realização e sintam atração para fazer a sua carreira dentro do SNS”, enfatizou.
Montenegro observou hoje as obras de construção do novo Hospital Central e Universitário da Madeira, “um grande projeto que levou muitos anos a ir para o terreno, mas, felizmente, está a ser executado”, felicitando o Governo Regional da Madeira “pela forma empenhada, contínua e permanente como lutou para que este equipamento visse a luz do dia”.
“Temos de confiar na boa-fé do Governo da República Portuguesa, nos compromissos que são assumidos também com as regiões autónomas”, afirmou, fazendo votos para que sejam ultrapassados os problemas e desbloqueadas as verbas para a concretização deste projeto.
“O apelo que fazemos ao ministro das Finanças, a todo o Governo, é que não protelem esses pagamentos de forma a não prejudicar a execução do projeto”, declarou.
Montenegro também falou da importância da criação de condições de justiça e igualdade social que permitam s pessoas “alavancar um país para um ciclo de crescimento sustentado”, que não tem sido alcançado nas últimas duas décadas, durante as quais que Portugal foi ultrapassado por países do leste da Europa.
“Eu não me resigno, e a Madeira muito menos, a um Portugal que está na cauda da Europa”, realçou, defendendo ser necessário arrojo e uma aposta na investigação, inovação, valorizando os recursos naturais e humanos.
O líder nacional do PSD destacou o exemplo da Madeira, mencionando que ao visitar o projeto do hospital não foi confrontado com “o queixume habitual de pessoas a reclamar mais obra”.
Mas, complementou, foi informado que o Governo Regional tem uma estratégia que passa por “servir a população, evitar que os mais pobres fiquem de fora do sistema porque não têm dinheiro para pagar seguros de saúde e para aceder a cuidados de saúde primários”.
E apontou que, em simultâneo, a região está a investir na política do medicamento, em novas tecnologias, em inovação.
“É um exemplo de gestão pública e do sistema que deve ser assinalado e ser também inspiração para se modelar no Serviço Nacional de Saúde”, disse, acrescentando ter está em curso na região uma política de “gestão de expectativas, de carreiras, de progressão e fidelização dos profissionais [de saúde]”.
“É isso que não temos hoje no SNS”, reforçou.
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