13 de novembro de 2013 - 13h11

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) disse hoje que existem clínicos perseguidos e prejudicados profissionalmente por denunciarem casos como o desvio de doentes das instituições públicas para as clínicas privadas.

Em declarações à Lusa, a propósito de uma reportagem da TVI que denunciou que doentes do setor público “são levados, como mercadoria, para as clínicas privadas”, o secretário-geral do SIM classificou este comportamento de “inaceitável”.

Para Jorge Roque da Cunha, “inaceitável é também o sentimento de impunidade adjacente: aparentemente, funciona como algo perfeitamente normal e tranquilo”.

“Também não é compreensível que os médicos que fazem essas denúncias acabem por ficar prejudicados na sua carreira profissional. Sub-repticiamente, de uma forma insidiosa, são colocados entraves à sua progressão na carreira, com claros prejuízos da sua vida pessoal e profissional”, disse.

O secretário-geral do SIM garante que os médicos que denunciam estas situações “são objetivamente prejudicados na sua atividade profissional e na sua carreira”.

Jorge Roque da Cunha defende que a condenação “não se deve cingir aos médicos que, sendo condenados, terão de pagar pela sua atitude, mas também a quem, com responsabilidades de supervisão e direção, finge ignorar estas situações”.

Na terça-feira, a Ordem dos Médicos garantiu que vai expulsar os médicos que alegadamente desviaram doentes do SNS para clínicas privadas e falsificaram documentos, se estes factos ficarem provados em tribunal.

Segundo o Ministério da Saúde, a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) tem em curso um processo de inquérito e um outro administrativo aos casos de alegado desvio de doentes do setor público para o privado.

Lusa