O problema não é de agora, mas agravou-se nos últimos dias. Carlos Cortes, presidente da secção centro da Ordem dos Médicos diz que foram ultrapassados todos "os limites da decência". "Aquilo que está a acontecer neste momento com os sistemas informáticos que são colocados pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) no SNS é uma absoluta catástrofe. Todos os programas estão a funcionar mal", garante Carlos Cortes citado pela TSF.

Os bloqueios informáticos têm levado a atrasos ou até adiamentos nas consultas. "Esta semana, na grande maioria dos Centro de Saúde, muitos utentes vão ter que lá voltar, porque o exame não foi prescrito", diz João Rodrigues, presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar, à mesma rádio.

A situação é de tal forma grave que está a prejudicar e ameaçar o funcionamento das consultas

Os médicos estão cansados: "Neste momento já ultrapassámos todos os limites da razoabilidade. Estes programas informáticos estão a prejudicar os cuidados de saúde", alerta o presidente da secção centro da Ordem dos Médicos.

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Carlos Cortes considera que o "péssimo funcionamento das várias aplicações informáticas disponibilizadas pelos SPMS está a prejudicar, há anos, o desenvolvimento do trabalho dos profissionais de saúde e a relação entre estes e os seus doentes". "A situação é de tal forma grave que está a prejudicar e ameaçar o funcionamento das consultas", acrescentou.

SIM também mostra desagrado

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) acusa os SPMS, unidade da responsabilidade de Henrique Martins, de viverem "num país virtual em que tudo está bem e para quem os repetidos problemas são, como dizia o seu antecessor na pasta da Saúde, meros casos pontuais".

"Os apagões, falhas, lapsos, as intermitências e indisponibilidades das várias aplicações, de manhã, à tarde e à noite, com que os médicos de norte a sul se debatem diariamente, são minudências que não podem empalidecer o brilho e a aura que a SPMS e o seu responsável afincadamente cultivam", frisa o secretágio-geral do SIM, o médico Jorge Roque da Cunha.