O cirurgião Jorge Fonseca, responsável pela organização do evento, ao qual está associado o Hospital de Santa Maria, explicou à Lusa que o congresso é uma oportunidade para os cirurgiões, nomeadamente os mais novos, verem os melhores profissionais do mundo a operar desta forma minimamente invasiva.

Isto acontece numa altura em que “os cirurgiões estão a transitar das cirurgias abertas – com abertura do abdómen – para as minimamente invasivas”, o que “não é fácil”, nomeadamente para os que durante 20, 30 anos se habituaram a usar as mãos e os olhos para operar.

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Neste tipo de cirurgias minimamente invasivas, acrescentou o médico, os olhos do cirurgião são uma câmara de vídeo cirurgia e, no lugar das mãos, são usadas pinças que se introduzem por orifícios, através das quais é conduzida a operação.

Melhor qualidade de vida

Estas cirurgias “evitam danos nos tecidos” e “melhoram a qualidade de vida dos doentes”.

Apesar destes benefícios, esta “não é a prática habitual da maior parte dos centros em todo o mundo”, razão porque congressos desta natureza são “oportunidades únicas para se assistir à forma como estes cirurgiões, de elevada experiência, trabalham”.

“Estes congressos têm grande procura, porque os cirurgiões podem adquirir estas técnicas e podem passar da cirurgia aberta para minimamente invasiva”, acrescentou.

No encontro internacional participam 80 cirurgiões portugueses e igual número de espanhóis da área da urologia, sendo ainda esperados profissionais de todo o mundo.

O congresso é interativo, podendo os participantes assistir a 23 cirurgias transmitidas em direto ao longo dos três dias, com doentes da Fundação Champalimaud e também do Hospital de Santa Maria.