Enquanto a ciência não demonstrou os efeitos potencialmente benéficos da hidroxicloroquina contra a COVID-19, alguns países e líderes mundiais, como o presidente Jair Bolsonaro ou o norte-americano Donald Trump, promovem abertamente o seu uso.

"Confirmamos que houve uma denúncia ao conselho departamental das Bocas do Ródano do Colégio de Médicos, mas a SPILF não quer se manifestar sobre o assunto enquanto durar o caso", disse uma porta-voz da Sociedade esta quinta-feira.

Segundo o jornal Le Figaro, a SPILF critica o doutor Raoult por promover a hidroxicloroquina "sem que a ciência tenha estabelecido claramente nenhum dado preciso a respeito, o que supõe uma infração das recomendações das autoridades de saúde".

"Perguntamo-nos se a sua postura tão contundente (...) não contribuiu para prejudicar a mensagem de prevenção na saúde pública" durante a epidemia de COVID-19, segundo a denúncia feita em julho e citada pelo jornal.

Contatado pela AFP, o Instituto Mediterrâneo de Infecções de Marselha (sudeste), dirigido por Raoult, não reagiu imediatamente.

A denúncia será primeiramente alvo de uma tentativa de conciliação. Se falhar, será julgada em uma câmara disciplinar e o caso pode durar meses.