Trata-se de um dos maiores estudos sobre o fenómeno até à data e um dos primeiros a apresentar provas objetivas das lesões cerebrais nos antigos jogadores, indicou Francis Conidi, investigador da Universidade da Florida.
“O rácio de lesões cerebrais traumáticas é significativamente superior nos jogadores comparativamente à população em geral”, apontou Conidi referindo-se aos resultados do estudo, que vai ser formalmente apresentado na próxima sexta-feira, no 68.º encontro anual da Academia Americana de Neurologia em Vancouver (Canadá).
Para o estudo, os investigadores recolheram imagens por ressonância magnética e realizaram exames de memória a 40 ex-jogadores da NFL, com uma média de idades de 36 anos, na sua maioria afastados da prática da modalidade há menos de cinco anos e que jogaram em média sete anos na liga.
As imagens da ressonância magnética mostram que 17 ex-jogadores (43%) apresentavam níveis de danos na substância branca do cérebro, que conecta as distintas regiões cerebrais, muito superiores aos das pessoas sãs da mesma faixa etária, o que é considerado uma prova de lesão cerebral traumática.
Por outro lado, metade dos antigos jogadores tem problemas significativos no desempenho da função executiva, 45% na aprendizagem ou memória e 42% na capacidade de atenção e concentração.
Os investigadores também concluíram que quanto mais tempo um jogador passa na NFL maiores se afiguram as possibilidades de vir a sofrer de uma lesão cerebral traumática.
Este estudo também pode ajudar os cientistas a compreender melhor a encefalopatia traumática crónica associada à demência, depressão e suicídio.
A NFL tem sido fortemente criticada por ter durante um longo período de tempo subestimado o impacto dos choques físicos na saúde dos jogadores.
Essa problemática é o tema do filme recente “Concussion” (“Concussão”) que tem Will Smith como protagonista.
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