De acordo com o mais recente boletim sobre a progressão da doença, elaborado pela Direção Nacional de Saúde Pública e com dados até 07 de janeiro, estava contabilizado no país um acumulado de 8.793 casos de cólera desde 01 de outubro último, com 25 mortos, mais cinco óbitos face aos dados até 02 de janeiro, data em que se registavam ainda 8.266 casos.
A taxa de letalidade provocada por este surto subiu em cinco dias de 0,2% para 0,3%, segundo o boletim, que identifica pelo menos 26 distritos com casos de cólera ativos e um (Mocuba, Zambézia), como de “alto risco”.
A província mais afetada pela atual vaga deste surto de cólera é Nampula, com um acumulado de 2.814 casos e 12 óbitos, seguida de Tete, com 1.853 casos e seis óbitos.
Hoje é o segundo de cinco dias em que decorre em nove distritos de Moçambique, os mais afetados pelo atual surto da doença, uma campanha de vacinação contra a cólera, prevendo chegar a mais de 2,2 milhões de pessoas.
De acordo com informação da Direção Nacional de Saúde Pública, esta campanha destina-se à população com idade igual ou superior a um ano e será realizada nos distritos de Chiúre e Montepuez (província de Cabo Delgado), Gilé, Gurué e Mocuba (Zambézia), Mágoe, Moatize e Zumbo (Tete) e Maringue (Sofala).
“O país está a responder ao recrudescimento do surto que se verifica desde outubro de 2023”, aponta a Direção Nacional de Saúde Pública.
“O grupo-alvo desta intervenção é de 2.271.136 pessoas, correspondente à população que vive nas áreas mais vulneráveis e de foco para o atual surto”, refere a mesma informação.
Acrescenta que “para que a campanha decorra sem sobressaltos e os objetivos sejam alcançados”, foram mobilizadas para esta operação 1.136 equipas, com 7.337 elementos, incluindo vacinadores, mobilizadores, registadores, supervisores, coordenadores, pessoal para digitar de dados, logísticos e motoristas, entre outros.
“Igualmente, foram mobilizados cerca de 1,3 milhões de dólares americanos, para a realização da campanha. Este valor inclui fundos do Governo e dos Parceiros de Cooperação”, reconhece ainda.
A implementação da campanha prevê a vacinação em postos fixos nas unidades sanitárias e com recurso a brigadas móveis nos locais de maior concentração populacional previamente estabelecidos, como mercados, campo de futebol, locais de comícios, sede dos postos administrativos, localidades e outros.
“E, sempre que se justificar, adotar-se-á a estratégia porta a porta”, refere a Direção Nacional de Saúde Pública, acrescentando que “para evitar duplicações ou falhas e permitir uma melhor avaliação pós campanha”, as pessoas vacinadas vão receber um cartão, “como prova de vacinação e que deverão conservá-lo”.
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