Segundo o estudo, publicado esta segunda-feira na revista médica The Lancet Global Health, um ano escolar a mais permite diminuir em 8% o risco de infeção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (VIH) ao longo dos dez anos seguintes.
A investigação foi realizada com a participação de 7 mil homens e mulheres com mais de 18 anos no momento da entrevista.
O Botswana é um dos países com as mais altas taxas de novas infeções pelo VIH: estima-se que 22% dos habitantes com idades entre os 15 e os 40 anos sejam seropositivos.
O país modificou o sistema escolar em 1996 para prolongar o tempo de escola em mais seis meses. O impacto dessa extensão na escolaridade foi "particularmente claro entre as mulheres", informam os autores do estudo, escreve a agência France Presse.
O papel dos fatores sócioeconómicos na progressão da Sida já eram conhecidos, mas nenhum estudo tinha até agora demonstrado a importância da escolaridade.
Segundo um dos co-autores do estudo, Jan-Walker de Neve, da Escola de Saúde Pública de Boston, a educação permite especialmente "aumentar as oportunidades económicas e reduzir a participação das mulheres em relações sexuais consideradas de alto risco".
Os autores do estudo ressaltam também que mais tempo na escola secundária pode ser uma medida "muito económica" para prevenir o desenvolvimento da Sida em zonas consideradas endémicas.
"A escola deve fazer parte de uma estratégia multilateral de prevenção da Sida, ao lado de outras intervenções", explicou o outro co-autor do estudo, Jacob Bor.
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