
O anúncio foi feito na quarta-feira à noite na reunião descentralizada da autarquia – na qual foram ouvidos moradores da Misericórdia, Santo António e Santa Maria Maior – pelo vereador da Segurança, que explicou que na cidade holandesa de Hoogeveen essa medida permitiu "melhorar a qualidade de vida dos moradores e reforçar a segurança”.
Falando à agência Lusa no final do encontro, Carlos Manuel Castro precisou que, tal como Lisboa, essa cidade holandesa tem “muito movimento” noturno, razão pela qual pretende trazer a ideia para a capital portuguesa.
Desta feita, a Câmara de Lisboa está a estudar, juntamente com a cidade de Hoogeveen, “o modelo de intervenção”, revelou Carlos Manuel Castro, adiantando que o passo seguinte é articular esta implementação com a Comissão Nacional de Proteção de Dados.
Na prática, isso permitiria que as autoridades tenham esta informação e possam intervir de imediato, tendo uma “ação preventiva” em vez de corretiva, esclareceu.
Carlos Manuel Castro disse ainda à Lusa a autarquia pretende “aumentar a fiscalização” nos estabelecimentos da cidade e torná-la “mais efetiva”, estando em curso um plano de intervenção conjunto da Polícia Municipal com a Polícia de Segurança Pública, a Autoridade Tributária e Aduaneira, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Este trabalho arrancou “há cerca de três meses” em zonas como o Intendente e o Cais do Sodré e já resultou numa “coima na ordem dos milhares de euros para um estabelecimento” e no encerramento de um outro espaço, adiantou o responsável.
Na reunião, que durou seis horas e contou com uma audiência de quase 200 pessoas, foram vários os moradores que intervieram para denunciar problemas resultantes da diversão noturna, como o lixo, o ruído, o consumo de drogas e a insegurança.
O vice-presidente do município, Duarte Cordeiro (PS), garantiu que estão “em curso ações para resolver” estes problemas, como é o caso da sujidade, área para a qual se prevê a criação de contentores enterrados e contentores fixos nas paredes. Esta última ideia irá arrancar na Bica, indicou. O autarca disse ainda que, no largo de São Paulo, vai ser “instalado no mês de abril” um sanitário público.
Doze em cada 100 portugueses estão expostos a níveis de ruído que provocam perturbações no sono e, das seis cidades nacionais que devem apresentar mapas de ruído, segundo normas europeias, só Lisboa e Oeiras cumpriram, refere a entidade responsável.
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