Krakower trabalhava como diretor de unidade no departamento de psiquiatria do Zucker Hillside Hospital, no Queens, onde suspeita que foi infectado durante a epidemia em Nova Iorque.
Primeiro perdeu o olfato e o paladar - "tudo sabia a borracha -, depois uma tosse incómoda que o impedia até de trabalhar de casa, até que perdeu a voz completamente.
Três semanas e meia depois, além de arrepios e febre alta, começou a tossir com tanta força que cuspia sangue. Já não conseguia engolir e a sua voz tornou-se aguda. Terminou nas urgências.
Fase pós-viral
"O inchaço (da laringe) foi provocado por uma inflamação pós-viral que ocorreu semanas após o vírus", afirmou o médico Robert Glatter, que tratou Karkower.
Por precaução, Krakower isolou-se da esposa e dos cinco filhos durante cinco semanas, que foram especialmente difíceis para a família.
A sua filha Hazel, de dois anos, e Evan, filho que tinha apenas quatro meses, viam-no apenas por chamadas de vídeo, que Krakower usava para "encontrar" a família no momento do jantar ou na leitura de histórias antes de dormir.
"Eu realmente não gostaria que ninguém passasse pelo que passei", disse, antes de afirmar que ainda se emociona ao pensar sobre a quarentena. Oseu período de isolamento terminou após dois testes negativos para o coronavírus.
Glatter disse que a fadiga contínua de Krakower é semelhante a que foi documentada em outras doenças que causam a síndrome da fadiga crónica.
Os cientistas não sabem porque isto acontece, mas Glatter disse que poderia estar relacionado com uma lesão na mitocondria, uma parte das células responsável por gerar energia.
Para Glatter, as pessoas que experimentam estes sintomas de forma prolongada não devem cair numa confusão médica, na qual outras pessoas ou os próprios pacientes atribuem os sintomas à ansiedade.
"Isto é real", disse Glatter. "Isto não está na cabeça das pessoas. Isto é o que elas vivem todos os dias, o que publicam online".
"As pessoas estão a fazer sessões de terapia porque está a afetar as suas vidas de tal maneira que elas não conseguem viver como normalmente fariam".
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