O objetivo desta investigação, a que a Lusa teve hoje acesso, passa por avaliar resultados pós-dádiva, nomeadamente o tempo até a recuperação completa, a prevalência de eventos adversos ou complicações e a qualidade de vida do dador.
A diretora do Serviço de Terapia Celular do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Susana Roncon, afirma em comunicado que “esta análise exploratória permite validar as campanhas de desmistificação junto da população e impulsionar a sociedade para a dádiva sem medos ou receios”.
“A dádiva é segura”, sustenta.
O presente estudo “pioneiro em Portugal”, que incidiu numa análise exploratória dos primeiros 32 doentes, entre janeiro e junho deste ano, será apresentado no sábado, Dia Mundial do Dador de Medula Óssea, na 4.ª edição do evento “Desmistificar a Dádiva de Células”, que este ano é subordinado ao tema “A importância do suporte familiar”.
O IPO do Porto pretende prosseguir com o estudo, uma vez que “este propósito está alinhado com a estratégia internacional do Conselho Europa e do Grupo Europeu de Transplantação de Medula Óssea (EBMT)”.
Com estas iniciativas de sensibilização, o instituto pretende homenagear os dadores, agradecer a dádiva voluntária e desmistificar receios e ideias erróneas.
“Este é um dia para consciencializar as entidades responsáveis e a comunidade sobre a importância da inscrição como dador voluntário de medula óssea e do impacto que o transplante tem no tratamento dos doentes, ajudando a salvar vidas”, explica Susana Roncon.
No IPO do Porto, em 2021, realizaram-se 50 doações que foram exportadas para 13 países diferentes.
Acrescem ainda 38 colheitas a dadores familiares e 142 colheitas autólogas, exclusivamente para transplante de doentes do IPO do Porto.
Neste momento, o Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão (CEDACE) conta com mais de 400 mil dadores, mantendo o quarto lugar dos países com mais dadores inscritos por milhão de habitantes.
O Serviço de Terapia Celular do IPO-Porto realiza colheita de células e medula óssea a dadores voluntários inscritos no CEDACE.
Estes produtos celulares são enviados para centros de transplante nacionais e internacionais para tratarem doentes com patologia oncológica e não oncológica.
O serviço iniciou a atividade de exportação em 2000, tendo já enviado mais de 700 produtos para 36 países diferentes nos continentes da Europa, América, Ásia e Oceânia.
Em paralelo com esta atividade, recebe dadores familiares e ainda doentes que realizam colheita de células para si próprios (as chamadas colheitas autólogas), sendo o único serviço do Norte e Centro de Portugal a realizar este procedimento a crianças e adolescentes.
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