Os diferentes desenvolvimentos da imuno-oncologia “permitem personalizar, isto é, aplicar a cada doente a versão terapêutica mais adequada à sua situação concreta. De forma simplificada, pode dizer-se que a imuno-oncologia veio personalizar a chamada medicina de precisão”, explicou Sobrinho Simões, presidente do Ipatimup e vice-diretor do i3S.

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Organizado pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto - Ipatimup/i3S, o PCM é nesta edição subordinado ao tema “Cancer Wars: The Immune Force Awakens”.

Em comunicado enviado à Lusa, o oncologista Júlio Oliveira, da organização do encontro, salienta que “a comunidade médica e científica trabalha no sentido de continuar a inovar nesta área, procurando oferecer aos doentes tratamentos mais personalizados, diminuindo os efeitos tóxicos e aumentando a sua eficácia”.

Na base da imuno-oncologia, explica a organização, está a “utilização de estratégias terapêuticas que ativam o sistema imunitário do doente, que atua como mecanismo de combate às células neoplásicas”.

Apesar dos recentes avanços científicos, que levaram a uma melhor compreensão dos mecanismos que regulam a interação entre o sistema imunitário e o cancro, “existem ainda obstáculos importantes no campo da imuno-oncologia, nomeadamente a necessidade de desenvolver medicamentos que sejam consistentemente eficazes na maioria dos doentes e nos diferentes tipos de cancro”, salienta.

É igualmente fundamental, acrescenta, “prever de forma mais precisa a resposta ao tratamento, encontrando biomarcadores e integrando-os na prática clínica, superar os mecanismos de resistência à imunoterapia e desenvolver medicamentos inovadores, assim como estudos clínicos que permitam otimizar estratégias terapêuticas, por exemplo, mediante a combinação de imunomodeladores com terapias celulares ou com tratamentos antineoplásicos já conhecidos”.

O primeiro Porto Cancer Meeting realizou-se em 1992 e agora que se assinala a sua 25.ª edição, Manuel Sobrinho Simões sublinha o “orgulho” por ter conseguido que se tenha mantido “sempre vivo e de boa saúde ao longo de tantos anos”.

“Durante este período, testemunhámos a aplicação à oncologia de uma série de ‘novidades’, desde a medicina baseada na evidência até, mais recentemente, a medicina de precisão a partir da capacidade de articular a genómica com os ‘big data’”, sustentou o presidente do Ipatimup.