O projeto BCCT.plan, que arranca em novembro de 2016, conta com especialistas do INESC TEC, da Fundação Champalimaud e da empresa tecnológica Enermeter.
Com esta tecnologia, "os clínicos podem planear da melhor forma o procedimento cirúrgico e perceber qual a melhor estratégia a tomar, podendo mesmo servir como ferramentas de ensino na formação de novos médicos", disse à Lusa o investigador do Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM) do INESC TEC Hélder Oliveira.
As ferramentas "vão permitir a comparação entre a aparência final da mama perante as várias opções cirúrgicas disponíveis", com base em informação personalizada 3D das pacientes, associando o tamanho, a localização e a densidade glandular do tumor (obtida através de exames radiológicos).
Nesse sentido, vai ser necessário criar uma base de dados contendo exames radiológicos, anotados por profissionais ligados à radiologia, e informação de superfície da mama.
Educar melhor as pacientes sobre as consequências do tratamento, de forma a facilitar a sua inserção no processo de decisão do procedimento a tomar, "uma vez que a comunicação entre a paciente e médico será facilitada", é outro dos objetivos.
Com a duração de três anos, este trabalho surge no seguimento do projeto europeu Picture, também liderado pelo INESC TEC, cujo principal foco era a criação de uma ferramenta de simulação automática, que não necessitava da interação do utilizador para obter o resultado para o procedimento cirúrgico.
De acordo com Hélder Oliveira, "apesar de terem sido verificados resultados muito satisfatórios, percebeu-se que os modelos de simulação desenvolvidos, para além de demorem muito a serem atingidos, poderiam não corresponder ao que o clínico estaria à espera", não podendo este ter "qualquer ação" sobre a resolução obtida pelos algoritmos.
O BCCT.plan foi pensado "aproveitando a experiência adquirida nos últimos anos", em conjunto com os clínicos, com o intuito de desenvolver "ferramentas mais atrativas" para o planeamento cirúrgico.
Para além de Hélder Oliveira, a equipa do CTM envolvida no projeto conta com os investigadores Jaime Cardoso, Luís Teixeira e João Teixeira.
O projeto foi financiado pelo programa Portugal’2020 em 780 mil euros.
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