10 de maio de 2013 - 14h35
A coordenadora do Grupo de Estudos de Insuficiência Cardíaca da Sociedade de Cardiologia alerta que a doença, quando não tratada, é “pior do que muitos cancros” e insiste na necessidade da prevenção e do exercício físico.
Desmistificar o papel do exercício físico na prevenção e no tratamento da Insuficiência Cardíaca (IC) é um dos grandes desafios do Grupo de Estudo de Insuficiência Cardíaca (GEIC) que, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e de um laboratório, vai organizar ações de sensibilização para profissionais de saúde e população em geral.
Em declarações à Lusa, Brenda Moura, coordenadora do GEIC, explicou que “a doença deixada ao seu curso sem medicação é muito pior do que muitos dos cancros” e que “os doentes mais graves têm uma mortalidade elevadíssima aos seis meses, quase na ordem dos 40%”.
“Claro que estamos a falar de um grupo selecionado de doentes, doentes muito graves, mas a mortalidade é sempre alta”, sublinhou.
No entanto a responsável destacou que, por outro lado, com a terapêutica a mortalidade tem vindo a diminuir significativamente, o que faz com que estes doentes vivam mais e até mais tarde, levando a que haja mais internamentos por esta causa.
“Os doentes idosos têm frequentemente outras patologias associadas. Daí haver muitos internamentos por insuficiência cardíaca, é a primeira causa de internamento dos doentes acima dos 65 anos”, explicou.
Sintomas confundidos com outras patologias
O cansaço, a falta de ar e os pés inchados são os principais sintomas de Insuficiência Cardíaca.
“Estes sintomas são muitas vezes confundidos com os de outras patologias, pelo que as pessoas devem estar atentas e consultar o médico para que a IC seja detetada o mais precocemente possível, porque uma intervenção precoce pode alterar o curso desta síndrome”, explica Brenda Moura.
O tratamento destes doentes passa perlo recurso aos fármacos, mas fundamental é fazer a prevenção, o que consiste em adotar um tipo de vida saudável, sem tabaco, com uma alimentação saudável e sobretudo com exercício físico, esta ultima componente usada inclusivamente para tratamento da doença.
Por isso mesmo, o Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca, que se assinala no sábado, conta com uma marcha simbólica.
A caminhada, de cerca de dois quilómetros, realiza-se junto ao rio Tejo e são convidados a participar profissionais de saúde, doentes e toda a população.
No mesmo dia decorrerá uma reunião científica com cardiologistas e clínicos gerais, com objetivo de discutir questões associadas à Insuficiência Cardíaca e alertar para a importância da complementaridade entre especialidades no seu diagnóstico e no seu tratamento.
Lusa