António Rendas foi hoje ouvido na comissão parlamentar de Saúde sobre um grupo de trabalho que estaria a ponderar uma possível integração do (INSA) na Universidade Nova de Lisboa.

O reitor considerou que o processo foi transparente, rejeitando a ideia de uma conspiração para desmantelar o INSA e defendendo que o objetivo era pensar numa maior articulação entre as duas instituições.

A integração do INSA na Nova foi apenas uma das possibilidades analisadas, segundo António Rendas, que disse que todas as opções foram colocadas em cima da mesa. "Não há nenhuma conspiração tenebrosa, ninguém quer desmantelar nada", afirmou, respondendo sobretudo às preocupações manifestadas pelos deputados do Bloco de Esquerda e do PCP.

Segundo explicou na comissão parlamentar, há um plano estratégico para esta articulação entre INSA e Universidade Nova que está na posse dos ministros da Saúde e da Ciência e Ensino Superior.

António Rendas lembrou que o Instituto de Medicina Tropical está integrado na Universidade Nova, considerando que esse processo tem dado bons resultados.

Sobre a situação atual do INSA, o reitor mostrou-se preocupado com a parte financeira, aludindo a um relatório de atividades que aponta para dívidas a terceiros de 700 mil euros. "Eu estou preocupado com o futuro do INSA, como médico, como universitário e como cidadão(...). O INSA tem imenso prestígio, mas precisa de ser reformado. Ninguém quer desmantelar o INSA, mas sim que tenha um papel mais prestigiante", declarou.

Veja ainda: 1o doenças que podem ser transmitidas com um simples aperto de mãos

Ouvido há poucas semanas no parlamento, o presidente do INSA rejeitou uma integração da instituição na Universidade Nova de Lisboa, mas sublinhou a necessidade de ser feita uma avaliação externa para reestruturar o organismo.

Fernando Almeida reconheceu que a posição da Nova poderia ser diferente da que é assumida pelo instituto e afirmou que o intuito da sua direção é "reforçar as capacidades de resposta" e a capacidade de investigação, sendo útil criar pontes com outras instituições, nomeadamente universitárias.

"Em nenhum momento houve intuito de proceder a uma divisão, separação. Não é essa a minha visão e é uma visão da qual discordo", insistiu.

Fernando Almeida aludiu na altura à existência de dois grupos de trabalho que envolviam o INSA, um deles constituído por peritos para avaliar a necessidade de Portugal ter uma Agência de Investigação Clínica e Biomédica.

O outro grupo resultou, segundo o responsável, "de uma aproximação da Nova com a anuência dos ministros da Saúde e da Ciência e Ensino Superior".

O objetivo deste grupo seria buscar soluções para consórcios, com vista a melhorar a capacidade de investigação.