14 de fevereiro de 2014 - 13h38

O Inesc Tec anunciou hoje a sua participação num projeto multidisciplinar, que reúne 14 parceiros de onze países europeus, destinado a investigar a viabilidade da utilização da Internet no tratamento de doenças mentais, como a depressão.

A cargo da equipa do Inesc Tec-Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto está o desenho de uma infraestrutura tecnológica, algoritmos de análise de dados e modelos personalizados.

De acordo com informação disponibilizada no site da instituição, o projeto europeu E-Compared (“European Comparative Effectiveness Research on Internet-based Depression Treatment”) iniciou-se em janeiro, tem a duração de 36 meses e conta com financiamento da União Europeia através do 7.º Programa-Quadro.

Segundo o Inesc Tec, cerca de metade dos europeus com necessidades de cuidados de saúde mental não têm acesso a estes serviços, nem sempre recebem tratamentos ajustados ou são confrontados com longas listas de espera ou gastos dispendiosos em cuidados de saúde.

“Foi esta realidade que levou 14 instituições de 11 países da Europa a estudarem a efetividade de um tratamento baseado na internet, que tem o potencial para solucionar as deficiências do tratamento comum e que se revela, ao mesmo tempo, uma alternativa de qualidade e a um preço acessível”, explica.

O E-Compared vai, assim, desenvolver um estudo comparativo da eficácia clínica e económica destes dois tipos de tratamento (tratamento comum e tratamento baseado na Internet).

O projeto propõe a realização de ensaios clínicos aleatórios para estudar a forma como o tratamento da depressão com base na Internet pode ser implementado em contextos de rotina de cuidados especializados, mas também para prever que tipo de cuidado seria mais adequado a cada paciente.

Os investigadores vão ainda avaliar as políticas de saúde mental/orientações da União Europeia (UE).

Através do E-Compared, pretende-se também emitir recomendações sobre a rentabilidade do tratamento da depressão com base na Internet, quando integrado em sistemas de cuidados de saúde mental da UE, e desenvolver um plano de negócios para assegurar a implementação estrutural destes serviços.

SAPO Saúde com Lusa