O esclarecimento do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, surge na sequência das declarações da ex-diretora do Serviço de Obstetrícia na comissão parlamentar de Saúde, Luísa Pinto, onde afirmou que as obras do novo edifício que vai acolher o bloco de partos, que deviam ter começado em 01 de agosto, ainda não foram iniciadas.

Numa nota enviada à agência Lusa, o centro hospitalar afirma que “o projeto de construção no terreno da nova maternidade envolve projeto e obra por parte da empresa vencedora, sendo que o seu início esteve sempre agendado para o mês de setembro, como foi divulgado com toda a transparência pelo CHULN ao longo deste processo”.

Segundo o centro hospitalar, as restantes obras “começaram, como previsto e sempre anunciado pelo CHULN, no próprio dia 1 de agosto, com o início do processo de desocupação, desinstalação de equipamento clínico e informático dos pisos dos serviços que agora estão a funcionar no Hospital Francisco Xavier e que serão alvo de requalificação”.

“Esses trabalhos arrancaram nos serviços, como anunciado pelo CHULN, após o visto prévio do Tribunal de Contas à obra do novo bloco de partos, datado de 15 de setembro”, salienta.

Durante o mês de agosto, os trabalhos preparatórios levaram ao encerramento das instalações para se poder “estar em segurança a esvaziar os espaços e a desinstalar os equipamentos clínicos”.

“Assim que o CHULN teve o visto do Tribunal de Contas arrancou com os trabalhos físicos nos serviços a serem remodelados, nomeadamente a urgência de Obstetrícia e o antigo bloco de partos, no piso 6, que passará a acolher a Ecografia Obstétrica”, sublinha o centro hospitalar, que prevê a conclusão dos trabalhos, orçados em cerca de seis milhões de euros, no final de março de 2024.

O projeto de renovação da área maternoinfantil do Hospital Santa Maria “será acompanhado da ampliação do internamento de pós-parto e da expansão da capacidade do Serviço de Neonatologia, num investimento global superior a seis milhões de euros”.

No âmbito deste projeto, está prevista a remodelação da urgência de obstetrícia e ginecologia e a construção de 12 novos quartos de parto, dois blocos operatórios e uma sala de observações na nova maternidade, num total de cerca de 1.000 metros quadrados de área nova a ser construída.

Está também prevista a remodelação e ampliação do internamento de puérperas, no piso 5 do Hospital Santa Maria, a remodelação das instalações para a ecografia obstétrica, que passará a funcionar na área do atual bloco de partos, localizado no piso 6, e a expansão do Serviço de Neonatologia.

Na sequência do plano da Direção Executiva do SNS para a resposta de Obstetrícia e Ginecologia, que estabelece que, enquanto o bloco de partos do hospital de Santa Maria estivesse fechado para obras – entre agosto deste ano e março do próximo ano – os serviços fiquem concentrados no Hospital S. Francisco Xavier, sete médicos do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia apresentaram a demissão, entre os quais Luísa Pinto.