"A possibilidade de uma transmissão local", com a chegada da época dos mosquitos à Europa, "combinada com prováveis transmissões por via sexual, poder-se-á traduzir num aumento significativo do número de pessoas infetadas pelo Zika e de complicações" médicas ligadas ao vírus, afirmou a assistente da diretora-geral da OMS, Marie-Paule Kieny, numa conferência científica em Paris.
Segundo a responsável, duas espécies de mosquito Aedes, "conhecidas por transmitir o vírus" Zika, "vão começar a circular" na Europa, à medida que "as temperaturas começarem a subir".
Marie-Paule Kieny frisou que "o mosquito não conhece fronteiras".
Mais de 600 peritos e investigadores reúnem-se até terça-feira, no Instituto Pasteur, para um colóquio científico internacional sobre o Zika, vírus que causa nos fetos microcefalia, um subdesenvolvimento do crânio e do cérebro.
O Zika propagou-se, desde o fim de 2014, no Brasil, onde foram identificados 1,5 milhões de infeções, na Colômbia e nas Caraíbas, via mosquitos Aedes aegypti. Três a quatro milhões de casos são esperados no continente americano.
Em sete países europeus, incluindo Portugal, foram reportados vários casos de infeção.
A OMS já declarou a epidemia como "emergência de saúde pública internacional".
Os cientistas procuram saber quanto tempo o vírus pode permanecer no corpo humano e o grau de risco de transmissão por via sexual.
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