“A prestação dos cuidados de saúde inadiáveis à população não estará em causa. A direção do serviço de Cirurgia Geral está a reprogramar as escalas face à indisponibilidade manifestada pelas dispensas apresentadas”, afirma a administração.

Num comunicado de imprensa enviado à agência Lusa, o conselho de administração assume que “eventuais falhas nas escalas serão garantidas através da contratação de prestadores de serviços, e sempre funcionando em rede” com outros hospitais.

Ou seja, continua o documento, funcionando “com as demais instituições de Lisboa e Vale do Tejo do Serviço Nacional de Saúde, em estreita articulação com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde”.

A indisponibilidade dos médicos do HFF, esclarece o documento, surge na sequência de “diferendos” entre profissionais de saúde que originaram “duas denúncias [no final de 2022] de alegadas más-práticas no seu serviço de cirurgia geral”.

O conselho de administração do HFF admite que desenvolveu, desde o primeiro momento, “todas as diligências” para que fossem “cabalmente esclarecidas e apuradas responsabilidades de forma transparente, idónea e justa” em relação às questões suscitadas pelas “denúncias realizadas por dois cirurgiões da instituição”.

“A reputação e o bom-nome dos profissionais da instituição assim o exigiam, perante a suspeita levantada na praça pública, com um tom de alarmismo social. Essa suspeita veio a revelar-se infundada após processo de inquérito”, acrescenta.

O processo, continua o documento, foi pedido pelo conselho de administração e foi alvo de “análise de perito do Colégio de Especialidade de Cirurgia Geral da Ordem dos Médicos”.

Neste sentido, “foram instaurados processos disciplinares aos dois cirurgiões da instituição responsáveis pelas denúncias, que resultaram na suspensão dos mesmos por um período de três meses”.

“Face ao possível regresso destes dois cirurgiões, foram apresentados pedidos de dispensa de trabalho suplementar por parte de alguns cirurgiões do HFF”, esclarece o conselho de administração que é presidido por Joana Chêdas.

Neste sentido, a administração diz que mantém “uma atitude de diálogo e concertação” com estes especialistas, “em estreita articulação entre a Direção do Serviço e a Ordem dos Médicos, com vista a ultrapassar o impasse relacional que opõe esse grupo de cirurgiões e os seus colegas autores das denúncias infundadas”.

“O elevado sentido de responsabilidade demonstrada pela instituição será mantido na gestão deste diferendo, pois assim o exigem a reputação construída ao longo de 28 anos e a necessidade de dar resposta perante uma comunidade de mais de 550.000 utentes”, assume no comunicado.