5 de setembro de 2013 - 08h44

Investigadores norte-americanos identificaram uma molécula que
permite inverter os sintomas da Trissomia 21 em ratinhos tratados à
nascença, divulgou hoje a revista Science Transnational Medicine.

Uma
dose de uma pequena molécula da família proteica do gene SHH permitiu
que o cerebelo dos roedores se desenvolvesse normalmente e estimulasse a
sua capacidade de memória e aprendizagem, segundo investigadores da
Universidade Johns Hopkins e dos Institutos Nacionais de Saúde.

Roger
Reeves, professor do Instituto de Medicina Genética da Universidade
Johns Hopkins, em Baltimore, e coautor do estudo, lembrou que "a maior
parte das pessoas com Trissomia 21 tem um cérebro 60 por cento inferior
ao seu tamanho normal".

Os ratinhos usados na experiência foram geneticamente modificados para reproduzirem a trissomia humana.

Os
cientistas questionam, por enquanto, a aplicação da molécula nos
humanos com Trissomia 21, uma vez que o seu uso em segurança não está,
ainda, garantido.

O facto de ser alterado um mecanismo biológico
importante do cérebro apresenta riscos de cancro, pois pode desbloquear o
crescimento excessivo de células, advertem, realçando que muitos
estudos terão de ser feitos.

De acordo com Roger Reeves, na medida em que a Trissomia 21 implica numerosos genes, qualquer tratamento "é um enorme desafio".

Trissomia
21 ou Síndrome de Down é um distúrbio genético que resulta de uma cópia
suplementar do cromossoma 21. A doença, que não tem cura, traduz-se
numa deficiência cognitiva, em características faciais particulares
(mongolismo) e, por vezes, em problemas cardíacos.

Lusa