Segundo uma nota de imprensa do CHL, o projeto, que arrancou no dia 01 de agosto, vai encaminhar os doentes da urgência geral do hospital de Santo André para os cuidados de saúde primários, onde serão atendidos no próprio dia, preferencialmente pelo seu médico de família. A medida já tinha sido anunciada e pretende diminuir as falsas urgências.

O CHL revelou que os doentes "pouco urgente" (pulseira verde) e "não urgente" (pulseira azul) representam entre 33% e 50% dos utentes que procuram o serviço de urgência, sendo penalizados com tempos de espera prolongados e exposição desnecessária a outros doentes.

Numa primeira fase experimental, o sistema conta com a colaboração de 13 médicos de família de duas unidades de saúde familiar (USF), pretendendo-se o alargamento gradual dos clínicos e das unidades envolvidas e a aplicação do projeto também na urgência pediátrica.

"O projeto tem como grande objetivo encaminhar o utente com doença aguda para o local e profissional que melhor o pode atender nessa situação - o seu médico de família na sua unidade de saúde - que o pode consultar com acesso a todo o seu histórico, com o tempo que lhe é devido", acrescenta a mesma nota.

O ACES e o CHL pretendem "diminuir as falsas urgências no serviço de urgência geral do Hospital de Santo André", numa altura em que os "centros de saúde da região investem em horários alargados, com profissionais disponíveis para ver os seus doentes, e quando cerca de 98% dos utentes de Leiria têm médico atribuído".

A sensibilização é outra das grandes metas, esperando-se que a médio prazo o doente agudo, em situação não urgente, se dirija sempre como primeira opção ao seu médico de família.

O CHL explica depois o doente passar pela triagem e de lhe ter sido atribuída a pulseira verde ou azul, é informado pelo enfermeiro de que pode ser orientado para o seu centro de saúde.

"Se o utente aceitar, o enfermeiro agenda consulta nos cuidados de saúde primários, para o próprio dia. O utente recebe depois uma ‘convocatória para consulta referenciada’, devendo depois dirigir-se ao seu centro de saúde, na hora da consulta que foi previamente agendada", acrescenta o CHL.

Nesta situação, o doente não pagará taxa moderadora do serviço de urgência.

O CHL esclareceu à Lusa que nenhum doente é obrigado a ser atendido nos cuidados primários. Caso recuse ser encaminhado, o utente ficará no hospital a aguardar o atendimento, o que poderá demorar várias horas, tendo em conta que não é uma situação urgente.

Este projeto foi desenvolvido após a visita ao Hospital Santa Maria Maior, de Barcelos para conhecer um projeto semelhante que aquele hospital tem em funcionamento desde o ano passado.