“É uma resposta que implicou um investimento de cerca de 280 mil euros e que tem ganhos ao nível de sustentabilidade, de segurança, eliminando risco, e ao nível de rapidez nalguns casos de doentes, nalgumas circunstâncias, através da diálise de alto fluxo, em que reduz para cerca de metade o tempo da sessão de diálise”, avançou o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses, presente na cerimónia.
Os Açores têm atualmente 226 doentes em hemodiálise, 124 na ilha de São Miguel, 79 na ilha Terceira, 17 na ilha do Faial e seis na ilha do Pico.
A nova estação de tratamento de água do HSEIT, adjudicada em 2020, está em funcionamento há “um mês e meio” e já demonstrou “fiabilidade” e “eficiência”, segundo o presidente do conselho de administração, Pedro Marques.
“É um salto qualitativo tecnológico, científico, mas também ambiental e de sustentabilidade e sobretudo de segurança, fiabilidade e qualidade do ato prestado ao utente”, adiantou.
Segundo a diretora do serviço de nefrologia do hospital, Lourdes Dias, o novo equipamento permite implementar técnicas que ainda não eram utilizadas, como o alto fluxo e a hemodiafiltração, com vantagens para a qualidade do tratamento.
“O alto fluxo permite aos doentes ficarem muito melhor dialisados, porque, no mesmo tempo de diálise, depura mais toxinas urémicas e faz com que os doentes fiquem muito mais dialisados e tenham menos complicações. Além disso, podem-se implementar técnicas em doentes com insuficiência cardíaca, porque permite uma hemodiálise mais estável”, explicou.
A estação, que utiliza a tecnologia “mais avançada do ponto de vista tecnológico” existente atualmente, vai permitir também uma maior sustentabilidade ambiental, de acordo com João Costa, responsável para Espanha e Portugal do serviço técnico da Baxter, empresa que forneceu o equipamento.
“Conseguimos chegar a uma poupança anual de cerca de 3.500 metro cúbicos de água, o que, em linguagem comum, equivale a um pouco mais de uma piscina olímpica cheia de água. É algo significativo, muito mais nos dias de hoje, em que a sustentabilidade é uma questão muito importante”, apontou.
A estação de tratamento de água para hemodiálise foi inaugurada no dia em que o HSEIT comemora o seu 530.º aniversário.
A efeméride ocorreu em março, mas as celebrações foram adiadas, devido à situação de contingência na ilha de São Jorge, imposta por uma crise sismovulcânica.
O secretário regional da Saúde lembrou que o hospital, o primeiro da região, foi “fundado para tratar dos enfermos e dos viajantes” que passavam pela ilha Terceira, frisando que os serviços de saúde são hoje um critério prioritário na escolha de um destino turístico.
“Um dos grandes desafios que temos é fazer com que cada vez mais este hospital seja uma marca de qualidade, de disponibilidade e de rapidez de acesso”, disse.
O presidente do conselho de administração do hospital identificou como principais desafios a criação de condições para fixar médicos, o aumento de idoneidades formativas, a construção de um novo laboratório para o serviço de epidemiologia e biologia molecular e o reforço do serviço de evacuações médicas, que serve todo o arquipélago.
“Sabemos o quadro que temos, quer de médicos, quer de enfermeiros, quer de outras profissões e a idade que têm e a necessidade que temos de prever, por antecipação, as necessidades que iremos ter no futuro. Este caminho da diferenciação e da elevação da qualidade não pode deixar de ser uma das prioridades do conselho de administração”, referiu.
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