20 de dezembro de 2013 - 10h13

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realizou na quinta-feira a 100.ª colheita de órgãos e o 70.º transplante hepático, transformando 2013 no melhor ano de sempre neste setor para os hospitais da cidade.

A Unidade de Transplantação Hepática de Adultos e Crianças do CHUC, dirigida por Emanuel Furtado, funciona também como Centro Nacional para os Transplantes Hepáticos Pediátricos e é para lá que são referenciadas todas as crianças em Portugal que necessitem de transplante.

Desde março de 2012, momento em que a atividade de transplantação hepática pediátrica foi reiniciada, foram realizados 23 transplantes, disse hoje à agência Lusa fonte oficial do CHUC.

Até àquela data, as crianças portuguesas eram transplantadas em Madrid, no hospital de La Paz.

“O Programa de transplantação hepática (...) e o Centro Nacional poderá, dentro em breve, iniciar o processo de internacionalização, abrindo as portas à transplantação de crianças do resto do mundo”, assinala nota de imprensa do CHUC, hoje distribuída.

Nesta primeira fase, explica o documento, “propõe-se tratar crianças através de transplante de dador vivo, retomando esta modalidade técnica que já foi aqui executada entre 2001 e 2009”.

O tempo de espera para transplante hepático, de acordo com o CHUC, é praticamente inexistente em pediatria e de menos de 3 meses, em casos mais graves de adultos.

Até 18 de dezembro de 2013, ainda de acordo com o centro hospitalar, foram feitas 100 colheitas de órgãos, 28 transplantes cardíacos, 70 transplantes hepáticos (pediátricos + adultos), 116 transplantes de córnea e 138 transplantes renais.

Desde o início do programa, assinala o CHUC, foram realizados 1053 transplantes.

Fonte
oficial do CHUC assinalou hoje os números à agência Lusa e sublinhou
que o recorde de 2001 foi ultrapassado com o transplante a uma doente de
21 anos.

Em 2001, a equipa de transplantação hepática tinha realizado 68 transplantes.

“Esta
unidade demonstrou, ao longo de 2013, uma excelente capacidade de
crescimento, com os recursos existentes, estando disponível em 2014 para
receber doentes de todo o País. Este é o resultado do trabalho de um
conjunto de profissionais de diversas áreas, de elevado nível de
competência e sentido de responsabilidade””, explica Emanuel Furtado,
citado na nota do hospitalar.

O cirurgião diz também que para
este trabalho “contribuiu também de forma decisiva uma taxa de doação e
aproveitamento de órgãos, na área sob a responsabilidade do Gabinete de
Coordenação de Colheita e Transplantação da região Centro, notavelmente
elevada, a mais elevada do país e das mais altas do mundo, e que
beneficiou todo o país e não apenas a região”.

Lusa