21 de fevereiro de 2013 - 09h28
Os novos casos de cancro estão a aumentar em Portugal, sendo os tumores na próstata, mama e cólon os que mais atingem os portugueses, revela o Registo Oncológico Nacional de 2006.
O documento, que será hoje apresentado e que indica os resultados da incidência e da mortalidade por cancro em 2006, último ano com os dados compilados, revela que nesse ano foram diagnosticados 39.356 novos casos de cancro (38.519 em 2005).
De acordo com este relatório, Portugal apresenta uma taxa de 371,83 casos de cancro por 100 mil habitantes, quando em 2005 essa taxa foi de 284,64 por 100 mil habitantes.
A taxa padrão europeia é de 293,86 por 100 mil habitantes, enquanto a mundial é de 212,48 por 100 mil habitantes.
De acordo com este documento, o cancro da próstata é o que apresenta a maior taxa de incidência anual por 100 mil habitantes: 103,77.
O cancro da mama apresenta uma taxa de 48,66 por 100 mil habitantes e o cancro do cólon 40,15 por 100 mil habitantes.
No sexo masculino, a taxa de incidência foi de 428,71 por 100 mil habitantes (342,68 por 100 mil em 2005), enquanto no sexo feminino foi de 318,48 (246,14 em 2005).
Nos homens, o cancro da próstata foi o que registou mais novos casos (5.316), enquanto nas mulheres foi o da mama (5.087). Em ambos os sexos, o cancro do cólon foi o segundo com maior incidência.
O relatório indica que o cancro na traqueia, brônquios e pulmão foi o que mais matou no ano em análise: 3.210 óbitos, seguido do cancro do cólon (2.401) e estômago (2.267).
Na introdução deste relatório, o diretor clínico do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, Nuno Miranda, considera que os registos de cancro “devem assumir um papel determinante no planeamento, em alternativa a cortes cegos não esclarecidos”.
“A tendência natural de desinvestir nesta área em período de restrições financeiras tem de ser contrariada pela necessidade atual de mais e de melhor informação”, lê-se no preâmbulo do documento.
A dar os primeiros passos está o Registo Nacional Pediátrico, cuja apresentação ocorrerá também hoje.
A diretora de pediatria do IPO de Lisboa, Filomena Pereira, disse à agência Lusa que este registo irá permitir, pela primeira vez, acompanhar não só o número de casos, como o tratamento administrado.
“Vamos ter um melhor conhecimento da realidade oncológica pediátrica a nível nacional”, disse.
Os primeiros dados que constarão neste registo pediátrico serão os de 2013, estando prevista a sua apresentação para o próximo ano.
Lusa