Numa análise à situação das mulheres com idades entre os 15 e os 49 anos, o estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano em conjunto com o Ministério da Saúde, e consultado hoje pela Lusa, refere que a taxa global de fecundidade em Angola é de 6,2 filhos por mulher, sendo mais elevada nas áreas rurais (8,2) do que nas áreas urbanas (5,3).

Ou seja, em média, as mulheres que vivem nas áreas rurais têm mais três filhos do que as mulheres das áreas urbanas. A taxa global de fecundidade varia de 4,5 filhos em Luanda, a capital angolana, para 8,6 filhos na província do Bié, no centro do país.

Além disso, o IIMS, que teve a assistência técnica do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), conclui que o intervalo médio entre nascimentos aumenta acentuadamente com a idade, de 24,9 meses entre as mães de 15 aos 19 anos, para 36,1 meses entre as mulheres de 40 a 49 anos.

Já à medida que o nível de escolaridade e socioeconómico aumenta, a taxa de fecundidade diminui. Nas camadas socioeconómicas mais baixas, o estudo refere que o intervalo entre partos chega a ser, em média, de apenas 11,5 meses.

"Adiar os primeiros nascimentos e alargar o intervalo entre os partos contribuíram para a redução dos níveis de fecundidade em muitos países. Em contrapartida, os intervalos curtos entre os partos, menos de 24 meses, podem conduzir a graves consequências para as mães e os recém-nascidos, tais como partos prematuros, peso baixo à nascença e mortes", admite o estudo, nas suas conclusões.

Em Angola, uma em cada três mulheres teve o primeiro parto antes dos 18 anos e mais de metade (55%) teve o primeiro parto antes dos 20 anos. "A procriação em tenra idade está igualmente associada a riscos e ao aumento de complicações durante a gravidez e no parto, o que perfaz taxas mais elevadas de mortalidade neonatal", sublinha o estudo.

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