"Em todos os locais, sentem-se grandes perturbações, quer nos centros de saúde, quer nos hospitais" da região Centro, disse à agência Lusa o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas (STFP) do Centro, José Dias.

Segundo o dirigente sindical, durante o turno da noite, apenas foram cumpridos os serviços mínimos nas principais unidades hospitalares da região Centro, seja em Coimbra, Figueira da Foz, Leiria, Aveiro, Viseu ou Guarda.

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Depois de uma adesão "praticamente total" durante a noite, nos turnos da manhã sentem-se perturbações muito elevadas nos diferentes hospitais, nomeadamente nas "cirurgias programadas, urgências e internamentos". Já nas consultas externas, regista-se também uma grande adesão, com várias consultas a não funcionarem, acrescentou. "A adesão é transversal e enorme porque os trabalhadores estão cansados. A falta de pessoal é imensa", sublinhou José Dias.

Segundo o coordenador do STFP do Centro, para além do excesso de trabalho, há também várias reivindicações, relacionadas com a carreira, condições salariais e regularização dos trabalhadores precários.

Maria Alfreda Dias, de Seia, estava a caminho do Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC), quando soube, pela rádio, que hoje havia greve dos trabalhadores no setor público da saúde.

Acompanhava o marido numa consulta, que acabou por se realizar. "Como é doente oncológico, tem prioridade", explicou. No entanto, refere, o caso é "excecional".

"As coisas não estão a funcionar" e a maioria das pessoas não estar a ser atendida, notou, apesar de sublinhar que o ambiente está calmo.

Já Pedro Reis, da Batalha, apenas soube da greve quando confrontado pela agência Lusa. Levou o filho a uma consulta de oftalmologia no CHUC e ficou à espera que a greve não afetasse a marcação.

Outra utente, que não quis ser identificada, saía em passo apressado do hospital, tendo apenas referido que estava "tudo normal, tudo a funcionar".

Os trabalhadores reivindicam a aplicação do horário de trabalho de 35 horas semanais, progressão de carreira, dignificação das carreiras da área da saúde, reforço de recursos humanos, pagamento de horas de trabalho extraordinário, e a aplicação do subsistema de saúde ADSE (para funcionários públicos) a todos os trabalhadores.

No pré-aviso de greve estão abrangidos os trabalhadores, exceto médicos e enfermeiros, que trabalham nos serviços tutelados pelo Ministério da Saúde, como os hospitais, que "sentem forte indignação pela degradação crescente das suas condições de trabalho".