A Ordem dos Médicos considera que a suspensão da greve foi uma atitude equilibrada face à abertura mostrada pelo Governo para negociar, mas alerta que se não houver resultados positivos, haverá nova convocatória com uma adesão muito maior.
Em causa está a greve às horas extraordinárias convocada pelo sindicato dos médicos para contestar a intenção do Ministério da Saúde de baixar o valor do pagamento do trabalho extra.
Na segunda-feira o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) desconvocou a greve nacional às horas extraordinárias que deveria começar às 08:00 de 02 de janeiro depois de uma reunião na sequência da com o ministro da Saúde e seus secretários de Estado.
Em entrevista à Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos lembrou que os vencimentos base dos médicos são “estranhamente e ridiculamente baixos” e que as horas extraordinárias sempre funcionaram como uma forma de os hospitais terem os médicos disponíveis mais tempo e de complementar o seu vencimento.
Por isso, considera que o sindicato teve razão na convocação da greve, mas também reconhece que o Ministério da Saúde “teve o bom senso de perceber a mensagem, de chamar os sindicatos e de abrir um espaço de diálogo”.
José Manuel Silva afirma ser “extremamente positiva” esta abertura ao diálogo, porque os doentes não são prejudicados e porque há uma aproximação a um entendimento entre sindicatos e tutela.
Contudo deixa um alerta: “Se esse diálogo não conduzir a nenhum resultado positivo, não tenho dúvidas de que haverá uma segunda convocatória de greve e que terá uma adesão ainda maior, porque os médicos sentir-se-ão defraudados e enganados”.
30 de dezembro de 2011
@Lusa
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