O estudo, que é apresentado hoje em Coimbra, na sede da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, refere que, apesar da despesa em saúde representar 10,2% do PIB, estando acima da média europeia (8,5%), a despesa per capita, em 2012, estava "20% abaixo da média europeia".

A despesa em saúde por habitante tinha vindo a aumentar de 2000 a 2010, baixando desde esse ano até 2012.

A despesa pública como parte da despesa total em saúde mantém-se "essencialmente inalterada de 2008 a 2011", registando 65% da despesa total, acompanhada de uma ligeira quebra em 2012 para 62,6%, abaixo, também, da média europeia, em que a despesa pública representa 72,3% da despesa total em saúde.

Dessa forma, a despesa privada aumentou ligeiramente, passando de 35% em 2008 para 37,4% da despesa total em saúde em 2012, explicita o estudo.

Segundo o documento, o orçamento do Serviço Nacional de Saúde, depois de um crescimento entre 2005 e 2010, decresceu em 2011 e 2012. No estudo, a OMS critica também a falta de avaliação do impacto da crise na saúde neste período.

A dotação do Serviço Nacional de Saúde reduziu em 13,5% entre 2010 e 2012, mas, se se incluírem "despesas adicionais" por parte da administração central que eram realizadas e que deixaram de existir em 2012, o decréscimo situa-se nos 14,4%, apontam os autores.

O documento sublinha que foi possível registar um impacto negativo da crise "na saúde mental" e nos comportamentos de procura de cuidados de saúde, "principalmente nos grupos mais vulneráveis".

O estudo foi realizado em 2013 e publicado em 2014, sendo agora apresentado ao público.

O mesmo documento concluiu ainda que as taxas moderadoras comprometeram o acesso à saúde e agravaram a pobreza no país e que piorar as condições de trabalho compromete a sustentabilidade do SNS.