Falando na apresentação da conferência "Inovação e Internacionalização em Telesaúde", no polo do hospital universitário do CHUC, em que foi apresentado aquele projeto, o governante frisou que, por vários motivos, a integração dos cuidados de saúde "tem falhado em Portugal".
"Com a telemedicina desenvolvida nestes moldes, com grande eficácia, segurança e qualidade da comunicação, nós conseguimos colocar os médicos de família com os médicos hospitalares a trocarem opiniões sobre uma queixa ou um sintoma que o doente apresente e tornar mais fácil o acesso a um diagnóstico diferenciado", disse Manuel Delgado, salientando que este é o caminho.
Para o secretário de Estado, "muitas vezes o erro dos sistemas de saúde está na separação, quase total, como se fossem caixas autónomas, entre a medicina familiar e os hospitais, e quem circula não é a comunicação nem a troca de opiniões entre os profissionais, é o doente, que anda de um lado para o outro".
"Em vez de ser o doente, quem deve circular são os profissionais", salientou Manuel Delgado, que apontou a telemedicina como um instrumento capaz de centralizar competências e economizar recursos, além de tornar mais fácil o acesso a um diagnóstico mais diferenciado.
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) assinou hoje, simultaneamente com o lançamento do Programa TeleTrauma, um acordo de parceria com o Centro de Trauma da Universidade de Miami, um dos mais experientes e avançados centros americanos.
O projeto prevê que, através de telemedicina, especialistas em trauma possam interagir com o cenário de acidente e com outros centros de emergência médica no local de um acidente em massa ou situação de catástrofe, usando dispositivos móveis de Internet para determinar a gravidade das lesões.
"Podem ser fornecidas avaliações clínicas e determinado se os feridos devem ser transferidos para os Centros de Trauma de referência e os especialistas em trauma remoto podem fornecer a mesma qualidade de avaliação clínica e plano de cuidados como um especialista em trauma localizado fisicamente junto do paciente", explicou Martins Nunes, presidente do CHUC.
O programa visa reduzir a mortalidade de pacientes de trauma em zona remotas, encurtar tempos de intervenção, encurtar distâncias e ‘colocar’ o médico especialista no cenário de trauma durante a primeira hora após o acidente, através das mais avançadas tecnologias.
O Programa TeleTrauma vai abranger ainda todos os hospitais da região Centro, estando previsto que o serviço regional seja ativado em julho.
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