23 de abril 2013 - 14h21
 O secretário de Estado Adjunto da Saúde apelou hoje ao profissionalismo dos médicos para aceitarem as reformulações dos seus horários, permitindo assim o alargamento das consultas até às 22h00 e aos sábados, ideia já criticada pelo sindicato.
O vice-presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) Jorge Roque Cunha criticou hoje o plano que visa alargar o horário das consultas nos centros de saúde e nos hospitais até às 22h00 e aos sábados, alegando que isso viola a Lei do Trabalho.
"Se formos capazes todos de dialogar, e se for possível fazer chegar a mensagem aos sindicatos, eles próprios serão os primeiros a reconhecer que o seu profissionalismo os levará a ter de aceitar reformulações dos seus horários", frisou o secretário de Estado, Fernando Leal da Costa, após a inauguração de uma Unidade de Saúde Familiar no Bairro da Boavista, em Lisboa.
O Governante confirmou que está em curso o alargamento dos horários de atendimento aos doentes nos centros de saúde e nos hospitais até às 22h00 e aos sábados, acrescentando que a tutela está, "acima de tudo", preocupada com a saúde das pessoas e com o seu bem-estar.
"O principal objetivo é servir os utentes. Estou certo que os sindicatos também compreenderão, como já compreenderam noutros momentos, essa mensagem. Os sindicatos têm tido, de um modo geral, um papel construtivo naquilo que se prende com a construção de bons horários", afirmou Fernando Leal da Costa, vincando que o Governo "está sempre"em conversa com os sindicatos.
O secretário de Estado Adjunto da Saúde reagia assim às críticas do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) sobre a medida, hoje divulgada num artigo do Diário de Notícias.
Jorge Roque Cunha criticou o facto de ter sido o vogal do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde, Alexandre Lourenço, a avançar com a notícia, e não o ministro Paulo Macedo.
"Sob a pele de pretensamente ajudar os utentes, na prática há aqui uma séria confusão entre os papéis do político e do técnico", afirmou à agência Lusa, acrescentando não ser "compreensível que esse alto funcionário ponha em causa a Lei do Trabalho, que, objetivamente, estabelece o período de trabalho do médico das 08:00 às 20:00, de segunda a sexta-feira".
Lusa