A Fosun Pharma pertence ao grupo Fosun, que detém em Portugal várias empresas.

Em nota enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Fosun destacou que duas das maiores empresas da ilha, a Foxconn – fabricante de componentes eletrónicos – e a TSMC — um dos os maiores produtores de semicondutores do mundo -, realizaram a compra.

A farmacêutica Zuellig Pharma e uma Organização Não Governamental do fundador e presidente da Foxconn, Terry Gou, também participaram.

Em comunicado, Gou disse que as autoridades da China continental – que atacaram Taipé por rejeitar ofertas de ajuda durante o último surto na ilha – não estiveram envolvidas nas negociações.

De acordo com a agência noticiosa de Taiwan, a CNA, no conjunto, as empresas gastaram cerca de 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) neste aquisição, valor que não foi confirmado pela Fosun.

As autoridades de Taiwan recusaram antes comprar as vacinas à Fosun, por considerarem que poderiam ser feitas na China – pela distribuidora e não pelas empresas que desenvolveram a inoculação – e que, portanto, não seriam seguras.

A decisão gerou críticas locais.

Taipé tentou comprar vacinas diretamente à BioNTech, mas o negócio não pôde ser fechado, pois a Fosun também adquiriu os direitos de comercialização na ilha, que a China reivindica como parte do seu território, apesar de funcionar como uma entidade política soberana.

Até à data, Taiwan assinou contratos para a compra de cerca de 20 milhões de vacinas estrangeiras, incluindo mais de 5 milhões de doses da Moderna, outras 10 milhões da AstraZeneca e mais de 4,7 milhões de doses obtidas por meio do programa COVAX, promovido pela Organização Mundial da Saúde.

Além disso, Taipé comprou outras 10 milhões de doses a fabricantes locais, embora as suas vacinas ainda não tenham iniciado a fase 3 dos testes clínicos.

A ilha recebeu apenas cerca de 2,2 milhões de doses, embora a esse valor devam ser somados outros 4,9 milhões doados pelos Estados Unidos e Japão, dois dos seus aliados mais próximos.