“O conselho de administração da ULSM coloca doentes em risco por estar a impor aos médicos cirurgiões a acumulação de funções em urgência interna e urgência externa”, descreve a Fnam em comunicado.

A estrutura, liderada por Joana Bordalo e Sá, recorda que em setembro “a esmagadora maioria dos médicos especialistas e internos do serviço de Cirurgia Geral do Hospital Pedro Hispano entregaram as declarações de indisponibilidade para a realização de trabalho suplementar para além do limite legal das 150 horas anuais”, situação que gerou o encerramento da urgência de cirurgia de sexta-feira a domingo.

O serviço de urgência externa de cirurgia do Hospital Pedro Hispano dispõe apenas de urgência interna com um único especialista em presença física, para apoio exclusivo ao internamento.

“No entanto, em claro abuso por parte dos dirigentes da instituição, nomeadamente da Direção Clínica e Direção do Serviço de Urgência, foram emanadas ordens escritas para que o ‘residente’ acumulasse a discussão e orientação de casos na urgência externa, já que estes não são triados diretamente para a cirurgia, bem como eventuais transferências inter-hospitalares”, refere a Fnam.

Para a federação, “esta situação é absolutamente ilegal porque implica uma simultaneidade de funções”.

A Fnam também considera esta solução “incomportável pelo volume e complexidade de trabalho a exercer”.

“O conselho de administração [será] responsável por colocar doentes em risco e por qualquer fatalidade que possa vir a acontecer”, frisa a Fnam, acrescentando que já escreveu à administração do Pedro Hispano para exigir esclarecimentos, bem como “o término da ilegalidade das ordens emanadas, deixando claro que os médicos só devem prestar funções no serviço de urgência interna em função da escala que lhes foi definida”.

A Fnam adianta, por fim, que se esta prática for mantida, seguirá com denúncia nas entidades competentes “até às últimas consequências”.

A agência Lusa solicitou esclarecimentos à administração da ULSM e aguarda resposta.