Os resultados aumentam esperanças de que um tratamento para a doença, que afeta a memória e a independência, esteja finalmente ao alcance da medicina. Especialistas pediram, porém, cautela com a interpretação das conclusões do estudo.
A droga, a aducanumab, é o único anticorpo a mostrar resultados promissores em ensaios clínicos iniciais, de Fase I, disseram. Anteriormente, outras substâncias aprovadas na primeira fase acabaram por decepcionar nos testes decisivos sobre a sua eficácia, de Fase III.
"Embora o resultado seja potencialmente animador, é importante moderar expectativas", disse Robert Howard, professor de psiquiatria da Universidade College London. "Será prematuro concluir que isto representará um tratamento efetivo para a doença de Alzheimer", acrescentou.
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Investigadores dos Estados Unidos e da Suíça testaram a aducanumab, desenvolvida pela empresa de biotecnologia Biogen, em 165 pessoas com Alzheimer num estádio inicial durante um ano.
Alguns pacientes receberam injeções mensais do anticorpo e outros tomaram um placebo.
Nos cérebros dos pacientes que receberam a droga, houve uma "eliminação quase completa" das chamadas placas amiloides, disseram os investigadores. Amiloides são proteínas aderentes que se agrupam em depósitos no cérebro, bloqueando os neurónios, um dos mecanismos suspeitos de causar a doença. "O efeito do anticorpo é impressionante", disse Roger Nitsch, professor no Instituto de Medicina Regenerativa da Universidade de Zurique e coautor do estudo.
Após um ano de tratamento, "praticamente nenhuma placa beta-amiloide foi detetada nos pacientes que receberam a dose mais alta", afirma um comunicado da universidade.
Embora o ensaio não tenha sido concebido para testar a eficácia da droga, a equipa observou um aparecimento mais lento dos sintomas em pacientes tratados. Tal observação apoia a hipótese de que as placas amiloides são de facto a causa do Alzheimer, apontam os investigadores.
"De facto, a confirmação de que o tratamento anti-AB (beta-amiloide) retarda o declínio cognitivo será um divisor de águas para a maneira como nós entendemos, tratamos e prevenimos a doença de Alzheimer", comentou Eric Reiman, diretor-executivo do Instituto Banner Alzheimer, em Phoenix, Arizona.
"Agora é a hora de descobrir", acrescentou.
A droga provocou, porém, efeitos secundários, como a acumulação de líquido no cérebro e dores de cabeça.
A Doenla de Alzheimer é a forma mais comum de demência, condição que afeta quase 50 milhões de pessoas, com cerca de 7,7 milhões de novos casos diagnosticados por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A idade avançada é o principal fator de risco e não há prevenção nem tratamento eficaz para os sintomas do Alzheimer, que incluem perda de memória, desorientação, ansiedade e comportamento agressivo.
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