
“Era extemporâneo legislar precipitadamente nesta matéria. A questão da despenalização da eutanásia, e de outras formas de morte medicamente assistida, é um tema muito profundo, muito complexo, e a população portuguesa tem o direito a estar devidamente informada sobre aquilo que possa vir a estar em jogo e a pronunciar-se de forma direta ou indireta sobre esta evolução, que é uma das maiores evoluções civilizacionais da sociedade portuguesa do século XXI”, afirmou o presidente da associação a propósito do chumbo no parlamento de quatro projetos-lei sobre a despenalização da eutanásia.
Para Rui Nunes o debate que teve lugar nos últimos meses deverá ser o “início do caminho” que deve prosseguir com “frontalidade” nas próximas eleições legislativas.
“Esperava, e assim aconteceu, que isto fosse um momento de debate de ideias e que o caminho não terminasse agora, mas que prosseguisse nos próximos meses, um ano ou dois. Que fosse debatido nas próximas eleições legislativas com toda a frontalidade para que não haja nenhum défice democrático nesta matéria”, disse.
De acordo com o presidente da Associação Portuguesa de Bioética um maior debate sobre a matéria permitirá, a dois anos, “tomar uma decisão que seja mais em conformidade com os desejos do povo português”.
A Assembleia da República chumbou os projetos-lei do PAN, BE, PS e PEV para a despenalização da eutanásia.
O projeto do PAN teve 116 votos contra, 107 votos a favor e 11 abstenções. O diploma do PS recebeu 115 votos contra, 110 votos a favor e quatro abstenções.
O projeto do BE recebeu 117 votos contra, 104 a favor e oito abstenções. O diploma do PEV teve 117 votos contra, 104 votos favoráveis e oito abstenções.
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