A tomada de posição aconteceu a duas semanas da votação, no parlamento, de quatro projetos, do PAN, BE, PS e PEV, para a despenalização e regulação da morte assistida, numa altura em que a Igreja Católica começou a distribuir cerca de 1,5 de panfletos contra as leis.

O “não” à despenalização uniu as comunidades Islâmica, Israelita, Budista, Hindu e Bahá’í, as Igrejas Adventista, Ortodoxa e Católica, a Aliança Evangélica e o Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) numa cerimónia, em 16 de maio, em Lisboa.

Eutanásia: Países onde a morte assistida é possível
Eutanásia: Países onde a morte assistida é possível
Ver artigo

Manuel Clemente, o cardeal patriarca, felicitou a união das religiões contra a eutanásia, considerando que este é um sinal que deve dar que pensar aos legisladores.

“Acho importante que neste debate da sociedade portuguesa sobre a temática da vida, que as religiões se pronunciem”, disse o bispo católico, adiantando que esta união dá que pensar aos legisladores.

“Nós, comunidades religiosas presentes em Portugal, acreditamos que a vida humana é inviolável até à morte natural e perfilhamos um modelo compassivo de sociedade e, por estas razões, em nome da humanidade e do futuro da comunidade humana, causa da religião, nos sentimos chamados a intervir no presente debate sobre a morte assistida, manifestando a nossa oposição à sua legalização em qualquer das suas formas, seja o suicídio assistido, seja a eutanásia”, refere, no texto conjunto, o Grupo Inter-Religioso de Trabalho para as questões da Saúde (GTIR/Saúde), que reúne representantes de mais de uma dezena de comunidades religiosas.

Estas são as 10 principais causas de morte em Portugal
Estas são as 10 principais causas de morte em Portugal
Ver artigo

Nas últimas semanas, foram sendo distribuídos panfletos nas paróquias espalhadas pelo país, 1,5 milhões no total, destinados a promover uma discussão "serena" e não uma luta ou campanha.

"Porque esta questão não é confessional nem religiosa, é uma questão de humanidade, de defesa da vida", frisou Manuel Barbosa, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em conferência de imprensa realizada em Fátima, no final da reunião do conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, em 08 de maio.

O desdobrável, que começou a ser distribuído no início do mês, resume "em quatro ou cinco questões mais incisivas" selecionadas para nele constarem, um outro documento com perguntas e respostas sobre a eutanásia, anteriormente preparado pela CEP.