16 de setembro de 2014 - 10h41
Uma pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Gothenburg, na Suécia, acaba de revelar que a perda auditiva nos idosos afeta diretamente a sua personalidade e qualidade de vida relacionada com situações sociais, existindo uma redução a nível da extroversão. 
Os resultados provaram que, embora a estabilidade emocional se mantivesse constante, os idosos passaram a ser menos extrovertidos, sendo que de todos os fatores estudados (deficiência física, cognitiva, dificuldade em encontrar atividades sociais na velhice), esta mudança apenas se associava à perda auditiva, que pode levar, assim, ao desenvolvimento de uma nova personalidade. 
A investigação envolveu 400 indivíduos com idades compreendidas entre os 80 e 90 anos, estudados por um período de seis anos: de dois em dois anos era avaliada a capacidade mental, física e aspetos da personalidade (como a extroversão e estabilidade emocional) de cada um dos idosos.
“No âmbito do Dia Internacional do Idoso, queremos voltar a reforçar que a perda de audição já não tem de ser um obstáculo físico ou psicológico se for tratado atempadamente. Este estudo vem demonstrar que quando tal não acontece, este problema de saúde representa uma ameaça ao bem-estar de todos os idosos, dificultando assim o envelhecimento ativo e uma saúde em pleno", refere Pedro Paiva, audiologista da MiniSom.
"Neste dia, nunca é demais reforçar a importância dos rastreios regulares à saúde auditiva, que a partir dos 40 anos devem ser realizados anualmente. Só assim é possível prevenir problemas futuros ou, no caso de pessoas que já sofram com o problema, optar pelo tratamento adequado, como por exemplo a utilização de aparelhos auditivos cada vez mais invisíveis, tecnológicos e adaptados às necessidades específicas de cada um”, acrescenta.
A presbiacusia, perda auditiva relacionada com o envelhecimento, tem tendência a manifestar-se a partir dos 50 anos. Os últimos dados apontam para que 60% da população nacional com mais de 65 anos venha a padecer desta complicação até 2015. 
Estima-se ainda que, em média, o tempo entre o aparecimento dos primeiros sintomas e a decisão de procurar ajuda especializada ronda os sete anos sendo muito importante realizar exames auditivos regulares para evitar que problemas sejam detetados tarde demais e acabem por se alastrar à saúde em geral.
Por SAPO Saúde