28 de janeiro de 2014 - 16h22
Um estudo realizado no centro de inovação Biocant, em Cantanhede, conclui que o uso excessivo de químicos pode alterar as comunidades de microrganismos presentes na vinha e defende o uso ponderado de químicos.
"Nas vinhas, há um equilíbrio entre microrganismos bons e maus", explicou à agência Lusa a investigadora responsável pelo estudo, Ana Catarina Gomes, afirmando que, quando se "exagera nos químicos", aquando do tratamento de doenças nas vinhas, destroem-se também os organismos que são benéficos para a planta.
O estudo identificou e localizou o microbioma da vinha (a comunidade de microrganismos - fungos e bactérias - que se encontram na planta), observando, segundo Ana Catarina Gomes, um equilíbrio entre os organismos existentes.
Segundo o comunicado de imprensa, os investigadores do Biocant "recolheram amostras de folhas de videira numa vinha piloto instalada na região da Bairrada, durante todo o seu ciclo vegetativo".
Para a investigadora do Biocant, é necessário "preservar o equilíbrio" entre os microrganismos, sublinhando que os produtores de vinho não devem usar "os químicos de forma indiscriminada", pois, ao destruir os organismos benéficos, "estes são mais lentos" a desenvolverem-se, ao contrário dos organismos prejudiciais para a planta.
"Este é um alerta para se olhar para este micro-ecossistema como um dos fatores de equilíbrio, fundamental para uma agricultura mais sustentável", afirmou.
O estudo está inserido na linha de investigação do Biocant dedicada à vinha e ao vinho, sendo que, em torno dos resultados obtidos, serão feitas sessões de esclarecimento junto dos produtores de vinho, em colaboração com a Adega Cooperativa de Cantanhede.
Lusa