Muito usada como anti-inflamatório, a hidrocortisona permite aumentar "as hipóteses de sobrevivência", mas também "acelerar a recuperação" dos pacientes que sofrem as formas mais graves da doença, explicou esta quinta-feira à AFP Anthony Gordon, investigador do Imperial College London, diretor da equipa britânica que participa neste estudo internacional publicado no prestigiado Journal of the American Medical Association (JAMA).
Os cientistas testaram os efeitos de sete esteroides diferentes em 403 pacientes que tiveram reações graves ao novo coronavírus. Realizados em 88 hospitais britânicos, esses testes revelaram a eficácia da hidrocortisona, que pode salvar um em cada 12 pacientes.
"Dos pacientes que não foram tratados com este esteroide, cerca de 40% morreram de uma forma severa da COVID-19", explicou Gordon. "No grupo que demos este esteroide, apenas 32% morreram", disse.
Essa diferença de oito pontos equivale a uma "redução de 20% do risco de mortalidade", afirma o investigador.
Classificando-a como "mais uma arma no arsenal do combate mundial à COVID-19", o diretor-geral do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS), Simon Stevens, anunciou em comunicado "medidas imediatas para garantir que os pacientes que podem beneficiar do tratamento com hidrocortisona" tenham acesso ao mesmo.
"Este não é um tratamento que pode ser feito em casa para prevenir o coronavírus ou para tratar sintomas leves", alertou Gordon, destacando que não foram feitos testes em outros locais fora do hospital e que o esteroide está reservado para os casos mais graves.
A pandemia do novo coronavírus já causou a morte de pelo menos 863.679 pessoas e infetou mais de 26 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP baseado em dados oficiais.
De acordo com os dados recolhidos pela agência francesa de notícias, já morreram pelo menos 863.679 pessoas e há 26.074.140 infetados em 196 países e territórios desde o início da epidemia de COVID-19, em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan.
Portugal, de acordo com o último relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS), contabiliza 1.827 mortos associados à COVID-19 em 58.633 casos confirmados de infeção.
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